O território marítimo brasileiro é extenso, a nossa Amazônia Azul corresponde a uma área de 5,7 milhões de km², um mar imenso não só no tamanho, mas também nas riquezas que o constituem: biodiversidade marinha, petróleo e gás, além do comércio exterior que é, em sua maioria (95%), escoado pelo mar. Diante de todas essas riquezas, faz-se mais do que necessário o fortalecimento da defesa de nossa área marítima e é nesse contexto que a Marinha do Brasil (MB) possui o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”.
O NAM “Atlântico” tem capacidade para transportar 18 aeronaves em seu hangar e convoo. Possui 208, 12 metros de comprimento (equivalente a um prédio de 40 andares), 432 tripulantes e pode comportar até 1.400 militares quando em missão, mais do que alguns municípios brasileiros, como por exemplo Serra da Saudade (MG), com apenas 771 habitantes; Borá (SP), com 839; Araguainha (MT), com 909; e Engenho Velho (RS), com 932 moradores.
Capacidade operacional
Trata-se de um navio grande em dimensões e também em capacidades operacionais, conforme explica o comandante do “Atlântico”, Capitão de Mar e Guerra Mozart Junqueira Ribeiro. “O navio possui modernos sensores e elevadas capacidades de transporte e operação de aeronaves, o que lhe confere uma excelente capacidade de esclarecimento. Ele é dotado de comunicações satelitais, permitindo-lhe ser uma importante plataforma de comando e controle, além de ter um grande raio de ação. Por todas essas características, o navio é capaz de permanecer longos períodos realizando o controle de áreas marítimas de interesse, contribuindo intensamente na tarefa de vigilância e defesa da Amazônia Azul”, afirma.
O NAM “Atlântico” foi adquirido da Marinha Britânica, em 2018. Chegou ao Rio de Janeiro no dia 25 de agosto do mesmo ano, com o objetivo de manter a capacidade de realização de operações aéreas a partir de navios-aeródromos, tanto em alto-mar quanto projetando poder sobre terra. Hoje, é o navio Capitânia de nossa Esquadra, que é o conjunto de Forças – de superfície, de submarinos e aeronaval – destinado ao serviço naval, pertencente ao Estado e incorporado à Marinha do Brasil. “A Esquadra, ao executar as operações navais e aeronavais com seus meios de superfície, submarinos e aeronaves, se faz presente em toda a Amazônia Azul, reconhecendo seus parâmetros ambientais, patrulhando e demonstrando que a Marinha está ali para defender os interesses de todos os brasileiros”, afirma o Comandante em Chefe da Esquadra, Vice-Almirante Arthur Fernando Bettega Corrêa.
Pertencente à Esquadra brasileira, a Força Aeronaval (ForAerNav) se fortaleceu com a aquisição do “Atlântico”. “O sistema de armas do navio é representado em grande parte pelas aeronaves, que podem ser empregadas em ações de guerra naval, com o lançamento de mísseis e uso das metralhadoras”, pontua o Comandante da ForAerNav, Contra-Almirante José Vicente de Alvarenga Filho. Por se tratar de um navio multipropósito, ele pode ser empregado, também, no que se chama de ações benignas (segurança da navegação, inspeção de embarcações, salvaguarda da vida humana no mar, resgate de náufragos até com as aeronaves, prevenção da poluição hídrica e operações humanitárias).
Inicialmente, o navio foi classificado como porta-helicópteros, tal como era empregado na Marinha Britânica. Porém, dois anos após a incorporação, devido aos avanços tecnológicos, sua categoria foi alterada para Navio-Aeródromo Multipropósito. “A mudança aconteceu com o objetivo de incrementar a operação com aeronaves remotamente pilotadas, incluindo as de asa fixa, por meio da sua capacidade de realização de controle aéreo de interceptação, além da possibilidade futura de operar aeronaves de rotores basculantes de decolagem curta ou vertical”, explica Capitão de Mar e Guerra Mozart.
A alteração de classificação trouxe ao navio outros avanços, como a operação de aeronave com a utilização de óculos de visão noturna e a interoperabilidade com aeronaves do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira.
O NAM “Atlântico” carrega consigo um relevante histórico operativo. Há 3 anos e meio pertencendo à Marinha do Brasil, o navio está apenas no início da trajetória na história brasileira, mas já participou de inúmeras operações e exercícios navais. O último, no período de 8 a 16 de março deste ano, quando o navio participou da ADEREX-AERNAV/2022, operação que teve como objetivo elevar o grau de adestramento e prontidão dos militares e meios da Esquadra com a realização de diversas operações aéreas.
O conjugado operativo, entre as aeronaves e o Capitânia da Esquadra brasileira, representam um grande incremento na capacidade operacional da Marinha, contribuindo para a garantia da proteção da Amazônia Azul e a soberania do País.
As informações são da Marinha do Brasil.
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