O I Fórum UAM do DECEA apresentou informações atualizadas sobre diferentes abordagens envolvendo o conceito de mobilidade aérea urbana no Brasil, bem como as iniciativas visando à introdução das novas aeronaves elétricas eVTOL (Eletric Vertical Take Off and Landing), que possuem a capacidade de pousar e decolar na vertical.
Estavam também presentes representantes do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), da EMBRAER, da SAIPHER, da ATECH, da Gol Linhas Aéreas, da Azul Linhas Aéreas, da empresa EVE, da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (ABRAPHE), acadêmicos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e outros profissionais interessados nas novas tecnologias voltadas para um novo modal aéreo que será implementado no Brasil e no mundo.
Reforçando a importância do Brasil no contexto da aviação mundial, o comandante do CRCEA-SE, Coronel Aviador Crystian Alex Sherk Ciccacio, abriu o evento em São Paulo, evidenciando, também, a participação dos representantes do DECEA nos grupos de trabalho e painéis internacionais que realizam as atividades da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI).
Em seguida, o Capitão Aviador Jean Pierre de Castro Benevides, adjunto da Seção de Planejamento de Sistema de Aeronave não Tripulada, discorreu sobre o Programa SIRIUS Brasil, que é um catalisador de importantes transformações nas áreas de comunicação, navegação, vigilância e gerenciamento de tráfego aéreo no Brasil, fundamentais para a operação dessas novas aeronaves.
Iniciando o ciclo de palestras, o Capitão Márcio André da Silva, Especialista em Controle de Tráfego Aéreo e gerente do Projeto UAM do DECEA explicou para o público os ambientes de gerenciamento de tráfego aéreo (ATM), mobilidade aérea urbana (UAM) e Gerenciamento de tráfego não tripulado a baixa altura (UTM), bem como a grande expectativa de demanda associada às aeronaves eVTOL no País. Além disso, foi mostrado o cronograma do projeto UAM e enfatizada a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e colaborativa por parte dos diferentes elos e instituições envolvidas com o objetivo da implementação das aeronaves eVTOL no Brasil.
Na palestra seguinte, o representante da ATECH, Agenir de Carvalho Dias, analisou as pesquisas de novas tecnologias para facilitar a implantação do eVTOL no Brasil e como a empresa enxerga os desafios para a implantação desse novo ambiente aéreo; a aceitação da população; o equilíbrio entre os ambientes aéreos já existentes e o ambiente UAM. Apesar dos desafios, a ATECH enxerga esta nova forma de mobilidade com bastante entusiasmo e acredita que em pouco tempo teremos sucesso nesta área de atuação” – advertiu o analista de sistemas.
Na sequência, José Carlos Yoshio Furuzawa e José Alexandre T. Guerreiro Fregnani, representando a EMBRAER, abordaram os trabalhos realizados pela subsidiária EVE Air Mobility. Os dois descreveram que o eVTOL da empresa voará como um avião e pousará como um helicóptero, tendo mais flexibilidade de ação. “É uma aeronave elétrica com oito motores, proporcionando uma segurança maior ao usuário” – detalharam.
Encerrando o bloco de apresentações da parte da manhã, Roberto Honorato, superintendente de Aeronavegabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), versou sobre os desafios regulatórios da implantação deste novo ambiente aéreo. Ele propôs uma base de certificação adaptativa e flexível, incluindo normas para as indústrias e o trabalho com experimentações, além da viabilização da aceitação das aeronaves brasileiras em outros países, frisando sempre a segurança como conceito primordial de todos os projetos.
O período da tarde se iniciou com o assessor de Relações Institucionais da Azul Linhas Aéreas, Fábio Campos, mostrando as especificidades do eVTOL da empresa Lilium, que tem um conceito diferente das aeronaves mais conhecidas, pois trabalha com turbinas, não hélices, e tem uma autonomia superior, tendo como grande diferencial o deslocamento entre cidades. Segundo Fábio, o projeto da Lilium tem a expectativa de estar totalmente ativo nos próximos três anos.
Logo após, o diretor de Inovação & Negócios da SAIPHER – Soluções Tecnológicas, José Vagner Vital, Brigadeiro da Reserva da Força Aérea Brasileira, expôs os sistemas TATIC A-CDM, TATIC-FLOW e TATIC HCP, que são utilizados no controle de tráfego aéreo do Brasil hoje. “Este mesmo sistema trabalha com o segundo maior movimento de helicópteros do mundo”, ressaltou Vital.
Em seguida, o consultor sênior de Segurança e Operações de Voo da Gol Linhas Aéreas, Sérgio Quito, apresentou o eVTOL da empresa Vertical Aerospace, o qual está sendo produzido no Reino Unido e será introduzido no Brasil em poucos anos. Quito listou os desafios enfrentados pelo País para a adoção desta nova tecnologia: a questão do investimento em gestão de energia elétrica e infraestrutura; a exigência de padronização dos carregamentos das novas aeronaves; a necessidade de evolução do gerenciamento de tráfego aéreo; a importância da regulação; e – o maior deles, segundo o palestrante – a operação, independentemente das condições meteorológicas.
O último palestrante do dia foi José Airton Patrício, Capitão da Reserva da FAB e integrante do time de profissionais da ATECH, que trouxe os resultados da simulação realizada de forma colaborativa entre EVE, ATECH e DECEA, onde helicópteros tradicionais, voando no espaço aéreo do Rio de Janeiro, simularam o voo de aeronaves eVTOL, visando avaliar as experiências do passageiro e da aeronave, além de coletar dados para aprimorar a implementação real dessas aeronaves no futuro.
O I Fórum UAM do DECEA reuniu representantes das principais instituições e empresas envolvidas com a futura operação de aeronaves eVTOL no Brasil. “Esse evento, além de sua função informativa, que foi claramente atingida, acertou um propósito muito maior, que é a troca de conhecimentos entre os diversos elos envolvidos nesse novo ecossistema da aviação” – avaliou o Capitão André.
As informações são do DECEA.
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