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NOTÍCIAS

Operações de importação serão migradas para o Portal Único de Comércio Exterior

Mudança trará evoluções em relação ao sistema Siscomex LI/DI, que será desligado após conclusão do cronograma de implementação A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC) e a Receita Federal informam...

Organização Marítima Internacional amplia debate sobre segurança ambiental nos mares

Secretário-Geral da IMO participou de seminário no Brasil sobre redução da emissão de gases de efeito estufa por navios A Organização Marítima Internacional – International Maritime Organization (IMO) – agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), que...

GLO completa seis meses de Operação

A Operação já soma mais de 300 mil revistas pessoais e mais de 60 pessoas detidas Desde que a Operação Ponte Aérea teve início, em novembro de 2023 por meio do Decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nº 11.765, já se passaram 180 dias, completados neste...

Operações reforçam segurança na fronteira Brasil – Paraguai

Os exércitos Brasileiro e Paraguaio realizaram essa semana, no 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Ponta Porã, uma reunião de coordenação e balanço parcial das operações espelhadas Ágata Fronteira Oeste II e Basalto II. Autoridades dos dois exércitos...

Operação Catrimani II – Forças Armadas destroem acampamentos e materiais utilizados em atividades ilegais de garimpo em território indígena Yanomami

As ações na Terra Indígena Yanomami (TIY) seguem empenhadas na repressão ao garimpo ilegal. Desta vez, as Forças Armadas, coordenadas pelo Ministério da Defesa (MD), destruíram dois acampamentos e materiais de apoio usados pelos garimpeiros ilegais na região. As...

Novas tecnologias e o futuro da engenharia serão temas de encontro no ITA

São José dos Campos, SP, será palco da segunda edição do Engineering Education for the Future (EEF-2024), que acontece nos próximos dias 16, 17 e 18 de maio, reunindo especialistas do Brasil e do exterior para falar sobre Inteligência Artificial, Internet das Coisas e...

ABIMDE prestigia cerimônia de passagem de chefia do CDS do Exército Brasileiro

Evento, realizado em Brasília, contou com a presença de militares e convidados Na manhã do dia 29 de abril, foi realizada a cerimônia de passagem de chefia do Centro de Desenvolvimento de Sistemas do Exército Brasileiro (CDS), marcando a transição de comando do...

Marinha do Brasil tem seu primeiro Secretário Naval de Segurança Nuclear e Qualidade

Almirante estará à frente da regulação e fiscalização do emprego de energia nuclear em atividades marítimas e navais Em uma cerimônia realizada nesta terça-feira (30), no Salão Nobre do edifício Almirante Tamandaré (EdAT), o Comandante da Marinha, Almirante de...

COTER participa de planejamento de exercício multinacional

No período de 22 a 26 de abril, o Comando de Operações Terrestres (COTER) participou da fase de planejamento do Comando Multinacional Sul, mais alto escalão em presença do Exercício Conjunto Combinado PANAMAX 2024. A PANAMAX é o maior exercício multinacional liderado...

Em Assunção, Ministro José Mucio discute parcerias com autoridades paraguaias

Em solo paraguaio, o Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, se reuniu, nesta quinta-feira (2), com o presidente do Paraguai, Santiago Peña, e com o Ministro da Defesa do país vizinho, Óscar Luís González Cañete. Na ocasião, foram discutidos temas como cooperação...

Por Marcos Resende

Não há dúvidas de que a crise causada pela pandemia do novo coronavírus tem muito a nos ensinar. Afinal, parece que são nas fases de maior dificuldade que nos deparamos com momentos mais reflexivos e atentamos para questões que envolvem não apenas o nosso cotidiano, o nosso universo particular, mas também o de outras pessoas. Parece óbvio dizer o quanto o coletivo impacta as nossas vidas, mas com o novo coronavírus realmente nos demos conta disso, de como nos afeta em diferentes esferas.

É comum também levarmos nossas memórias para eventos passados e traçar paralelos entre a crise corrente e outros momentos críticos, como guerra ou épocas de escassez aguda de um recurso.

No presente momento, as principais dificuldade encontradas têm sido a falta de recursos em diferentes segmentos. Da mesma forma que ocorre em situações de guerra, tem-se notado a insuficiência de profissionais da área da saúde para suportar as atividades do dia a dia, assim como a carência de materiais de proteção individual para aqueles que estão trabalhando na linha de frente e a ausência de equipamentos médico hospitalares.

Um caso que ganhou notoriedade nos noticiários brasileiros foi o dos respiradores artificiais adquiridos por diversos estados e que ficaram retidos no exterior. Segundo informações publicadas pelos veículos de comunicação, a empresa que vendeu os produtos para o Brasil cancelou a compra sem motivo aparente e que os mesmos acabaram sendo utilizados no combate ao novo coronavírus em outro país, que teria acertado pagar um valor maior à empresa que vendeu os equipamentos. O ocorrido causou uma distensão não imaginada na sociedade e nas relações entre os países envolvidos.

Diante desse ocorrido, há um questionamento que certamente passou pela cabeça de muitos brasileiros: por que nosso país é tão dependente de insumos de tecnologias vindas de fora?

Em situações como a que ocorreu com o Brasil é que percebemos a importância do conhecimento e das técnicas produtivas para o desenvolvimento dos recursos necessários para o enfrentamento da pandemia, ou de qualquer outro episódio que condicione o país a uma situação de evento não preditivo.

Mesmo para os países que possuem autonomia do conhecimento, a situação não é das mais favoráveis. Imagine para aqueles que dependem quase que totalmente dos insumos vindos do exterior. O estado se vê obrigado a desenvolver ou criar formas alternativas de suprir esta negação e buscar alternativas de produção a qualquer preço, sob pena de perder vidas durante os momentos mais graves.

No entanto, o desenvolvimento do conhecimento e de tecnologias críticas para uma nação é, geralmente, difícil e demorado e envolve questões como geração, transferência, absorção/adaptação e utilização. Para que isso saia do papel, é necessário consolidar uma visão estratégica em momentos de calmaria e prosperidade.

A visão estratégica da Força Aérea Brasileira (FAB) na consolidação de conhecimentos críticos para operação dos sistemas de gerenciamento de tráfego aéreo e de defesa aérea é um bom exemplo de autonomia tecnológica no país. E, desde os anos 1990, a organização vem investindo amplamente neste segmento. Primeiro com o sistema X-4000 de controle de tráfego aéreo, que permitiu a independência tecnológica e a sedimentação de conhecimento no país, e, a partir de 2011, com o Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações de Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional (SAGITARIO), ambos desenvolvidos pela Atech, empresa nacional e pertencente ao Grupo Embraer. Antes do X-400 e do SAGITARIO, o sistema utilizado era importado e a cada atualização ou necessidade de manutenção o Brasil ficava refém do país desenvolvedor da solução. O SAGITARIO trouxe autonomia, modernidade, flexibilidade e melhor aproveitamento dos profissionais brasileiros para o gerenciamento do espaço aéreo nacional, para além dos benefícios relacionados diretamente à nossa economia, tendo se tornado um produto tipo exportação.

Embora estivesse há muitos anos utilizando os sistemas vindos do exterior no segmento de tráfego aéreo, a FAB se planejou e deu início à sua jornada de independência muito antes de 2011, reforçando o real valor do investimento na formação, desenvolvimento e manutenção de tecnologias próprias. Esse projeto não teria ganhado vida sem visão estratégica, planejamento, defesa da indústria e da capacitação nacional.

Na globalização, o vínculo entre conhecimento, poder, desenvolvimento e tecnologia é responsável pelo estabelecimento de diferenças econômicas e posições comerciais. Países como o Brasil, que estão em desenvolvimento e almejam ser menos dependentes devem se concentrar no estabelecimento de estratégias que elevem sua autonomia tecnológica, investindo em soluções próprias para problemas específicos, essencialmente os que tenham ligação estreita com setores-chave da economia, além de empregar esforços efetivos e contínuos em programas de pesquisa e inovação, incentivos ao desenvolvimento nacional, manutenção de conhecimentos críticos, desenvolvimento da indústria e preservação de empregos.

Marcos Resende é diretor de negócios da Atech

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