Complexo será o primeiro do mundo conectado a uma fonte de luz sincrotron, o que permite o estudo avançado de vírus altamente contagiosos
O governo federal lançou nesta quinta-feira (4), em Campinas (SP), a pedra fundamental do Orion, complexo laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos, organismos causadores de doenças. A infraestrutura será o primeiro laboratório com nível de biossegurança 4 (NB4) da América Latina e a primeira a estar conectada a uma fonte de luz síncrotron, o Sirius, que funciona no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Com previsão de ser concluído em 2026, o Orion será uma estrutura com 20 mil m². O laboratório foi incluído no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e receberá R$ 1 bilhão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A cerimonia de lançamento teve a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da ministra do MCTI, Luciana Santos, que também conheceram as pesquisas desenvolvidas no Sirius e os laboratórios da instituição.
De acordo com o presidente Lula, o lançamento da pedra fundamental representa a determinação do governo em transformar o país por meio da educação.
“Não faltará dinheiro para a educação nesse país. A educação é o oxigênio que faltou para o povo brasileiro na época da Covid; a educação é a inteligência que não deixaram o povo adquirir na época da escravidão. A educação é o passaporte que a gente pode garantir para o futuro desse país” ressaltou.
A ministra Luciana Santos frisou que o Orion traz soberania ao Brasil na pesquisa, combate a doenças e cuidado com a população. Ela também detalhou os repasses ao NB4 e ao Sirius.
“O Orion foi incluído no novo PAC e vai receber R$ 1 bilhão até 2026. Ano passado investimos R$ 200 milhões e em 2024, R$ 300 milhões foram autorizados. Sobre o Sirius, até junho de 2024 foram repassados R$ 12,5 bilhões para a fase 1 do acelerador de partículas e R$ 125 milhões para a fase 2, estando previstos mais R$ 675 milhões para a conclusão da fase 2, majoritariamente com recursos do FNDCT”.
O diretor-geral do CNPEM, Antônio José Roque, disse que a construção do complexo só foi possível graças a determinação do governo federal em investir em ciência e tecnologia.
“Nesse governo a gente vê ações claras. Graças ao descontingenciamento do FNDCT foi possível ao ministério ter recursos para que a gente possa lançar dois programas dentro do Novo PAC, que são a fase 2 do Sirius e o Orion. Com esses dois projetos nós vamos praticamente dobrar a capacidade científica do Sirius”, afirmou.
Orion
O projeto Orion prevê instalações inéditas de máxima contenção biológica (NB4) na América Latina, e as primeiras do mundo conectadas a um acelerador de partículas, o Sirius. Também contará com espaços NB2 e NB3, laboratórios de pesquisa básica, técnicas analíticas e competências avançadas para imagens biológicas, como microscopias. As atividades a serem conduzidas no Orion promoverão o avanço do conhecimento sobre patógenos e doenças correlatas e poderão subsidiar ações de vigilância e políticas públicas de saúde.
As pesquisas do Orion serão usadas no desenvolvimento de métodos de diagnóstico, vacinas, tratamentos de doenças. A ideia é que a luz sincrotron consiga ver com detalhes a estrutura dos patógenos.
Sirius fase 2
Os recursos do FNDCT para a fase 2 do Sirius contemplam a construção de dez novas estações de pesquisa, além da otimização das instalações.
Atualmente no Sirius, dez estações de pesquisas já foram abertas à comunidade científica, e outras quatro estão em fase final de testes, concluindo assim a Fase 1 do Projeto.
Com a fase 2, a capacidade de atendimento do Sirius será ampliada, com novas técnicas de análise que irão beneficiar a sociedade em diversos campos do conhecimento, como saúde, agricultura, meio ambiente, energias renováveis, materiais sustentáveis, entre outras possibilidades.
As informações são do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.