“DEPORTEX” treina defesa de porto estratégico para a exportação de grãos brasileiros
A Marinha do Brasil iniciou ontem (25), em Salvador, o Exercício “DEPORTEX LE/2024”, que está sendo realizado nas instalações do Terminal Portuário de Cotegipe (TPC). O exercício, que ocorrerá até o dia 28 em área marítima e em terra, tem como propósito adestrar a Força na Defesa Naval de Porto e conta com a participação de 450 militares e seis navios.
Participam da “DEPORTEX” cerca de 450 militares do Comando do 2° Distrito Naval (Com2ºDN), da Base Naval de Aratu, da Capitania dos Portos da Bahia, do Centro de Intendência da Marinha em Salvador, do Comando da Força de Minagem e Varredura, da Estação Rádio da Marinha em Salvador, do Grupamento de Fuzileiros Navais de Salvador, do Grupamento de Patrulha Naval do Leste e do Serviço de Sinalização Náutica do Leste.
Os navios participantes são a Corveta “Caboclo”; os Navios-Patrulha “Gravataí” e “Guaratuba”; e os Navios-Varredores “Araçatuba”, “Aratu” e “Atalaia”, além de outras embarcações de organizações subordinadas ao Com2ºDN, como lanchas de Patrulha e Inspeção Naval.
A Doutrina Militar Naval conceitua a Operação de Defesa de Porto ou de Área Marítima Restrita como aquela que visa impedir ou neutralizar ataques contra um porto ou fundeadouro, seus acessos, ou áreas litorâneas ou fluviais de dimensões limitadas que contenham instalações de interesse.
“É importante para a nossa Força estar adestrada para uma possível defesa de áreas marítimas restritas, ou seja, a defesa de área litorâneas que contenham instalações navais, marítimas ou industriais de valor estratégico contra as ameaças imprevisíveis. Terminais marítimos, usinas nucleares situadas no litoral e instalações industriais vizinhas ao mar são alguns exemplos de instalações que podem, também, estar contidas em áreas marítimas restritas”, afirma o Comandante do 2° Distrito Naval, Vice-Almirante Antonio Carlos Cambra.
Uma Operação de Defesa de Porto pode incluir a eventual participação de organizações militares e civis, mobilizados ou não, envolvendo instituições de natureza bastante diversificadas. “Esse exercício visa preparar nossos militares para a defesa de um porto estratégico, como o Porto de Cotegipe. Assim, criamos uma situação hipotética de ataque contra as instalações portuárias para simularmos ações de defesa. Para isso, estamos efetivamente posicionando nossos meios e militares e realizando ações que, em uma situação real, ocorreria, inclusive com o apoio de outras instituições do setor de segurança pública”, explica o Chefe de Operações do 2° Distrito Naval, Capitão de Fragata Dhartha Dantas.
Exercício tem duração de quatro dias e acontece na área marítima e em terra – Imagem: Marinha do Brasil
Terminal Portuário Cotegipe (TPC)
A escolha pelo TPC foi estratégica, por ele estar situado dentro da Baía de Todos-os-Santos – a maior baía do País e a segunda maior do mundo – e pela sua grande importância na exportação de grãos. O terminal iniciou suas operações em outubro de 2005 com o descarregamento de trigo para a Grande Moinho Aratu, empresa do Grupo M. Dias Branco.
O TCP está classificado como um Terminal de Uso Privado, especializado na movimentação (importação e exportação) de granéis sólidos de origem vegetal e totaliza 516 mil toneladas de capacidade de armazenagem estática. No fluxo de importação, os principais produtos são trigo e malte. Na exportação, soja em grãos e farelo de soja, contando com uma carteira de clientes composta pelas principais tradings (empresas comerciais exportadoras) do setor.
No ano de 2006, quando a produção de soja do estado girava em torno de 1,5 milhão de toneladas, e ao longo desses anos, o porto realizou investimentos estratégicos e se consolidou como o principal vetor para expansão da produção do oeste Baiano.
“Para nós, do Terminal Portuário de Cotegipe, esse exercício tem sido uma grande oportunidade para trabalharmos em conjunto com a Marinha do Brasil. Hoje, a região oeste produz 7 milhões de toneladas de soja por ano, com 95% das exportações passando por Cotegipe. Em 2023, nosso terminal atingiu seu recorde de movimentação, fechando o ano com 6.018 milhões de toneladas”, destaca o Diretor de Operações do TCP, Jorge Pessoa.
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As informações são da Agência Marinha de Notícias.