As metas de exportações da BIDS (Base Industrial de Defesa e Segurança) brasileira foram destaque no Shephard Media, portal internacional especializado em serviços de informações comerciais para o setor de Defesa.
Reportagem de Wilder Alejandro Sanchez, com colaboração da jornalista Flavia Camargos, destacou os países que serão alvo do novo convênio entre a ABIMDE e a Apex-Brasil. Leia a íntegra da reportagem em inglês neste link e abaixo o texto em livre tradução.
“O Brasil tem planos ambiciosos para sua indústria nacional de defesa. As exportações de defesa atingiram cerca de US$ 1,5 bilhão em 2021, com metas de atingir entre US$ 4,5 bilhões e US$ 6 bilhões no futuro.
Nesse contexto, o governo brasileiro e as indústrias de defesa identificaram vários países como potenciais clientes para sua tecnologia de defesa. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Defesa e Segurança (ABIMDE), as perspectivas incluem Colômbia, Egito, Índia, Indonésia, Mauritânia, Filipinas, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Uma reunião realizada em 19 de janeiro, entre representantes do governo brasileiro, da ABIMDE e da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), discutiu atividades estratégicas para promover as exportações de defesa e segurança nesses mercados para o período 2022-2023.
A Colômbia é o único estado latino-americano na lista. Não é estranho à tecnologia de defesa brasileira, pois a Força Aérea Colombiana já opera aeronaves Embraer EMB-314 Super Tucano.
Um representante da ABIMDE explicou à Shephard que a Colômbia “realizou grandes investimentos para fortalecer suas forças armadas”, e que existem “fatores geográficos e culturais” que facilitariam as exportações brasileiras.
Dados os desafios de segurança interna que a Colômbia enfrenta e suas tensões com a vizinha Venezuela, o Brasil poderia oferecer radares e sistemas terrestres, como veículos blindados 6×6 VBTP-MR Guarani ao exército colombiano.
Quanto à Índia, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, o interesse brasileiro é compreensível, dado os expressivos orçamentos de defesa desses países. O Brasil poderia encontrar interesse entre esses militares pelo Embraer KC-390 (embora a Força Aérea Brasileira tenha reduzido sua necessidade original de 28 dessas aeronaves de transporte).
A menção à Indonésia reflete os esforços brasileiros anteriores para vender dois submarinos da classe Tupi Tipo 209/1400 para a Marinha da Indonésia.
A Mauritânia e as Filipinas não costumam ser associadas à política externa brasileira, embora o responsável da ABIMDE tenha explicado que essas nações foram “destacadas em pesquisas realizadas na base industrial de defesa brasileira”.
Para as forças de defesa sem dinheiro com ameaças de segurança interna, o Brasil poderia oferecer o Guarani, o veículo leve multifunção 4×4 Iveco LMV-BR ou o Super Tucano; também de interesse poderia ser o veículo blindado VBR MSR EE9-Cascavel, que o Exército Brasileiro está procurando substituir, com desconto.
Além disso, essas forças armadas podem estar interessadas em armas pequenas, como rifles de assalto produzidos pela Taurus.
Um acordo com a Mauritânia ajudaria o Brasil a expandir sua presença na África. O país já tem uma relação de defesa com a África do Sul e vendeu Tucanos para a Nigéria por meio do programa FMS dos EUA.
Falando a Shephard, Scott Morgan, analista de assuntos de defesa da África e presidente da consultoria estratégica Red Eagle Enterprises, explicou que “a África Ocidental está procurando diversificar seus fornecedores de tecnologia de defesa, pois as relações com os Estados Unidos e as antigas potências coloniais se azedam”.
Como resultado, há espaço para novos fornecedores, como Brasil e Turquia, preencherem essa lacuna, acrescentou Morgan, observando que a Mauritânia é suscetível ao terrorismo islâmico devido à sua proximidade com Mali. ”
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