O satélite Amazonia-1, primeiro a ser totalmente projetado e desenvolvido com tecnologia nacional, embarcou para a Índia no final de dezembro, a partir do aeroporto internacional de São José dos Campos (SP).
A previsão é que o Amazonia-1 seja colocado em órbita terrestre, em fevereiro/2021, pelo lançador PSLV da ISRO a partir do Centro de Lançamento Sriharikota, na Índia. O satélite ficará numa altura de 700 km e terá a missão de fornecer dados (imagens) de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento, especialmente na região amazônica.
O Amazonia-1 é o primeiro satélite de observação da Terra completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil. É um projeto coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI).
“Queria parabenizar a todos que têm trabalhado durante muitos anos neste projeto. Os engenheiros, os técnicos, enfim todos aqueles que se dedicaram ao desenvolvimento deste satélite. Parabéns ao INPE, parabéns à Agência Espacial Brasileira, vinculadas ao MCTI, parabéns a toda a equipe do ministério envolvida no projeto”, afirmou o ministro Marcos Pontes, que destacou ainda os ganhos que o projeto traz ao Brasil. “É um satélite que não só representa a tecnologia nacional sendo colocada à disposição do nosso país, mas também injeção de recursos nas nossas empresas nacionais para gerar empregos, conhecimento e outras possibilidades. Nosso programa espacial está decolando e junto com ele decola o Amazonia-1”, declarou Pontes.
Presente na coletiva realizada antes da decolagem, o diretor do INPE, Clezio de Nardin, fez questão de ressaltar que o projeto nacional beneficiará a indústria local. “Um satélite projetado e desenvolvido com tecnologia nacional, um desafio para a indústria nacional especialmente da nossa região, em São José dos Campos (SP), que abriga o polo aéreo espacial”, afirmou Nardin.
O presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, ressaltou que o desenvolvimento do satélite só foi possível por uma união de forças. “O projeto foi possível devido ao esforço do ministro Marcos Pontes, com apoio da Casa Civil e do Ministério da Economia, que acreditaram e viabilizaram recursos para que fosse realizado. Não existe país do porte do Brasil, seja pela economia, seja pelo tamanho do território, seus biomas, ou o tamanho de sua população, que não tenha um programa espacial muito forte. E estamos neste caminho das nações mais desenvolvidas”, avaliou Moura.
Sobre o Satélite
Com seis quilômetros de fios e 14 mil conexões elétricas, o Amazonia-1 será o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação junto ao CBERS-4 e ao CBERS-4A. O Amazonia-1 é um satélite de órbita Sol síncrona (polar) que irá gerar imagens do planeta a cada 5 dias. Para isso, possui um imageador óptico de visada larga (câmera com 3 bandas de frequências no espectro visível VIS e 1 banda próxima do infravermelho Near Infrared ou NIR) capaz de observar uma faixa de aproximadamente 850 km com 64 metros de resolução.
Sua órbita foi projetada para proporcionar uma alta taxa de revisita (5 dias), tendo, com isso, capacidade de disponibilizar uma significativa quantidade de dados de um mesmo ponto do planeta. Sob demanda, o Amazonia-1 poderá fornecer dados de um ponto específico em dois dias. Esta característica é extremamente valiosa em aplicações como alerta de desmatamento na Amazônia, pois aumenta a probabilidade de captura de imagens úteis diante da cobertura de nuvens na região.
Os satélites da série Amazonia serão formados por dois módulos independentes: um Módulo de Serviço, que é a Plataforma Multimissão (PMM), e um Módulo de Carga Útil, que abriga câmeras imageadoras e equipamentos de gravação e transmissão de dados de imagens. As informações são do Inpe.