O Exército Brasileiro adota ações importantes para aumentar o uso de energia elétrica proveniente de fontes renováveis, com atenção especial para a instalação de usinas fotovoltaicas em quartéis por todo o país. Em 2023, quando apenas 3,9% da energia usada pelo Exército era proveniente da geração fotovoltaica, foram estabelecidas metas ambiciosas para o uso de fontes renováveis. Com isso, o consumo de energia fotovoltaica subiu para 6,1% em 2024, e a projeção é de 18,2% para 2025 e de 25,7% para 2026.
Nos últimos sete anos, o Exército instalou 27 usinas fotovoltaicas, com potência total instalada de 6,3 MW. Este investimento total de R$ 43 milhões oferece um retorno de economia de R$ 7,8 milhões a cada ano.
Dessas novas usinas, sete foram instaladas em Pelotões Especiais de Fronteira, em áreas remotas e com pouco acesso à rede de distribuição de energia do Sistema Interligado Nacional. Nessas regiões, o acesso é feito predominantemente por via aérea ou fluvial e a energia elétrica é produzida principalmente por geradores a diesel, com elevado custo de transporte. Por isso, as novas usinas fotovoltaicas oferecem excelente resposta às necessidades dessas unidades.
Na região de fronteira, já foram instaladas usinas fotovoltaicas e sistemas de armazenamento de energia em Auaris (RR), Surucucu (RR), Tunuí-Cachoeira (AM), Tiriós (PA), Palmarito (MT), Fortuna (MT) e Porto Índio (MS), gerando uma economia de 360 mil litros de diesel por ano. Além do benefício ecológico, a energia elétrica produzida nesses pelotões também atende às comunidades indígenas da região, combinando a preservação ambiental e promoção da cidadania.
Além das organizações ao longo da fronteira, diversas usinas fotovoltaicas também são instaladas em quartéis regulares do Exército, contribuindo para a redução de gastos com energia e para uma maior participação das fontes renováveis na Matriz Energética Brasileira. Com o aumento do consumo de energia limpa, o Exército colaborar para reduzir a emissão de gás carbônico, deixando um legado para a população e para o meio ambiente, especialmente na região da Amazônia e do Pantanal. Assim, o crescente uso da energia limpa combina economia de recursos, defesa do meio ambiente e desenvolvimento social.
Indústria, Tecnologia e Operações
O Exército também investe em parcerias com a academia e com a indústria para desenvolver soluções em energia fotovoltaica. Acordos com a Universidade de Brasília e com a Indústria Moura já foram celebrados e, atualmente, cabos e soldados do Exército frequentam cursos de capacitação de manutenção em sistemas voltaicos oferecidos por meio de parceria com o SENAI.
Atualmente, está em desenvolvimento o projeto de modernização do uniforme militar para acoplar dispositivos de geração fotovoltaica que poderão alimentar equipamentos táticos, como óculos de visão termal, rádio comunicador e GPS, por exemplo. O mesmo tipo de dispositivo também é desenvolvido para acoplar em mochilas, barracas e outros equipamentos. Embora a pesquisa se concentre inicialmente no desenvolvimento de capacidades militares, todas essas tecnologias são perfeitamente adequadas ao emprego dual, com utilidade em situações de calamidade pública, grandes eventos e mesmo para uso civil.
No teatro de operações, diferentes Módulos de Energia de Campanha já foram testados durante as operações Guararapes e Azul Turquesa, em 2023. Esses módulos são capazes de alimentar instalações elétricas e torres de iluminação no teatro de operações, integrando a energia fotovoltaica à realidade do combate.