Exercício exemplifica o compromisso conjunto em garantir a segurança e proteção dos interesses no espaço
Em uma operação inédita e abrangente, o Brasil sediou uma das etapas do Exercício Militar Internacional Resolute Sentinel Space, parte do Exercício Resolute Sentinel 2024. O evento aconteceu de 03 a 07/06, em Brasília (DF), e contou com participação de Forças Aéreas e Espaciais do Brasil, Colômbia, Peru, Equador e Estados Unidos (EUA). A iniciativa teve o objetivo de aprimorar as capacidades de defesa espacial e fomentar a cooperação entre os EUA e as nações parceiras no âmbito da Força-Tarefa Conjunta – Operações Comerciais de Defesa Espacial (JCO).
A JCO tem como objetivo principal incluir o setor comercial na proteção e na defesa dos interesses dos Estados Unidos e das nações parceiras no espaço. Essa Força-Tarefa trabalha em conjunto com empresas privadas e outras entidades comerciais no monitoramento de objetos espaciais de interesse, para garantir a segurança e a sustentabilidade das operações espaciais. A JCO foca em compartilhar informações, melhorar a conscientização situacional e coordenar esforços para mitigar ameaças, promovendo um ambiente espacial seguro e resiliente para todas as partes envolvidas.
Operações Coordenadas nos Três Países
O Resolute Sentinel Space contou com a ativação de células espaciais em três países simultaneamente. No Brasil, a célula denominada Southern Cross foi ativada no Centro de Operações Espaciais do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE). Na Colômbia, a célula Harpy Eagle operou no Centro de Operaciones Espaciales da Força Aeroespacial da Colômbia, em Cali. Já no Peru, a célula Condor Sky atuou em Lima, sob coordenação dos militares do Centro Nacional de Operaciones de Imágenes Satelitales (CNOIS). Cada uma dessas células desempenhou um papel crucial na simulação de eventos espaciais e na resposta a ameaças orbitais, bem como na produção e entrega de imagens satelitais de interesse do exercício.
A Força Aérea Brasileira, além de receber militares representantes de todos os países participantes na célula Southern Cross, em Brasília, enviou dois Oficiais para a Colômbia e um para o Peru, visando auxiliar na coordenação das atividades realizadas nas respectivas células.
Integração e Cooperação
Uma das principais metas do Resolute Sentinel Space foi testar a capacidade de integração entre as nações participantes, especialmente na obtenção e compartilhamento de imagens de satélite de pontos de interesse na superfície terrestre trazidos pela direção do exercício, atividade chamada de TacSRT (Vigilância Tática, Reconhecimento e Rastreamento). Foram utilizadas tecnologias de imagens SAR (Radar de Abertura Sintética) e ópticas para aumentar a precisão e a rapidez na identificação de ameaças ou emergências. Dentro do escopo do exercício, o COMAE, através de seus satélites, forneceu imagens SAR de alta resolução; a Colômbia e o Peru forneceram imagens ópticas.
A interoperabilidade entre as nações é essencial para alcançar objetivos comuns, como a proteção de ativos espaciais e a defesa de áreas de interesse. A capacidade de trabalhar em conjunto, compartilhando informações, tecnologias e estratégias, aumenta significativamente a eficiência e a eficácia das operações. Este exercício exemplifica o compromisso conjunto em garantir a segurança e proteção dos interesses no espaço, demonstrando que a cooperação internacional é fundamental para enfrentar os desafios complexos e dinâmicos do ambiente espacial, consolidando, assim, laços estratégicos entre as nações envolvidas.
O Comandante de Operações Aeroespaciais, Tenente-Brigadeiro do Ar Hudson Costa Potiguara, enfatizou a importância dessa cooperação. “Devemos buscar sempre a cooperação multinacional, principalmente em um ambiente que é contestado, congestionado e competitivo, que ainda não conta com normas internacionais claras. É necessária a atuação conjunta para manter a garantia do acesso ao espaço”, disse o Oficial-General.
O Chefe do Centro de Operações Espaciais (COPE), Brigadeiro do Ar Éric Cézzane Colén Guedes, ressaltou a importância da colaboração internacional na integração do uso dos ativos espaciais de países parceiros e aliados. “A soma das capacidades de cada país, como o caso dos satélites de imagem, é crucial para agilizar a obtenção de informações precisas, vital para a resposta rápida em situações como desastres naturais e crimes ambientais e fronteiriços”. O Brigadeiro Cólen destacou, ainda, que a colaboração entre as nações é essencial para enfrentar os desafios encontrados no espaço e na Terra.
Os resultados obtidos durante o exercício destacaram a liderança do Brasil na área de Consciência Situacional Espacial. Assim, já estão sendo planejadas futuras operações para continuar desenvolvendo as capacidades conjuntas. A expectativa é que essas operações promovam a segurança e a estabilidade das operações espaciais, por meio de um esforço coordenado e colaborativo.
Fotos: COMAE
As informações são da Força Aérea Brasileira.