Em março de 2020, quando a pandemia da Covid-19 assombrou o mundo, uma equipe de cientistas do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciava o sequenciamento de 19 genomas do coronavírus em apenas 48 horas – um recorde. Isso só foi possível por causa do supercomputador Santos Dumont, instalado no LNCC, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em Petrópolis (RJ).
Hoje, 256 projetos utilizam a máquina para o desenvolvimento de pesquisas. São mais de 2 mil usuários ativos, executando uma média diária de aproximadamente 200 aplicações simultaneamente. São estudos sobre exploração de petróleo e gás, energias renováveis, novos fármacos, fenômenos climáticos e indústria aeroespacial. Na saúde, além do coronavírus, ajuda nas pesquisas sobre os vírus da Zika e da dengue.
“A importância do Santos Dumont para a comunidade científica do Brasil é enorme e cada vez mais se torna uma ferramenta estratégica, essencial e indispensável para o avanço técnico e científico do país”, afirma o coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação do LNCC, Wagner Léo.
Mas o que é um supercomputador?
A máquina do LNCC é uma ferramenta científica, que está no ranking dos 500 supercomputadores mais rápidos do mundo. Possui capacidade para processar em apenas 1 segundo um volume de 5,1 quatrilhões de operações matemáticas. Para executar esse volume de informações, seriam necessários 5 milhões de laptops trabalhando em conjunto.
Essa supermáquina, batizada de Santos Dumont em homenagem ao inventor brasileiro, recebeu um verdadeiro upgrade em 2019, quando a sua capacidade de processamento foi ampliada para 5,1 petaflops.
“Essa expansão, além de colocar o Santos Dumont novamente entre os 500 supercomputadores mais rápidos do mundo, possibilitou que aplicações científicas fossem executadas em um ambiente computacional capaz processar modelos maiores, oferecer resultados em menor tempo e com maior precisão. Além disso, permitiu atender a um número maior de projetos de pesquisa e usuários”, explicou Wagner Léo.
Uma nova atualização está prevista para 2024, quando o supercomputador passará a ter 23 petaflops. “Dentro do cenário brasileiro, existem vários desafios que requerem uma grande quantidade de recursos computacionais, como, por exemplo, o gigantismo dos reservatórios do pré-sal, as pesquisas sobre a Covid, o desenvolvimento de fármacos, o estudo sobre o clima da Amazônia e projetos em parcerias internacionais com o Cern”, ressaltou.
“Somente com a modernização e a ampliação de suas plataformas computacionais de alto desempenho, o Brasil terá condições de acompanhar o desenvolvimento científico e tecnológico mundial, viabilizando o uso de metodologias de computação científica avançada para a modelagem, simulação e análise de sistemas e fenômenos cada vez mais complexos, dando suporte a pesquisas e inovações”, acrescentou.
Segundo o coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação do LNCC, desde sua instalação em 2016, o supercomputador já contribuiu para a publicação de mais de 900 artigos em periódicos científicos, 42 livros e capítulos, mais de 300 teses e dissertações e gerou 11 patentes. “Esses números demonstram o quanto o conhecimento científico e tecnológico avançou utilizando o Santos Dumont”, concluiu.
As informações são do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.