Com mais de 700 km de litoral, o Rio contribui para atividades de pesca, turismo, transporte marítimo e indústria naval
O Rio de Janeiro (RJ) tem uma localização privilegiada na costa do Brasil, com mais de 700 km de litoral, incentivando o desenvolvimento de diversas atividades econômicas relacionadas ao mar. O assunto, cada vez mais relevante, foi debatido, na última sexta-feira (22), na palestra “As perspectivas da Economia do Mar no Rio de Janeiro”, realizada pelo Mestre em Geologia Econômica Marcelo Marinho Simas. O evento aconteceu na sede do Clube Naval do Rio de Janeiro e reuniu autoridades navais, representantes da esfera pública, professores e membros da comunidade marítima.
O estado do RJ torna-se competitivo e líder no desenvolvimento da Economia do Mar, devido a fatores, como: o tamanho da costa fluminense; a existência de indústrias naval e náutica; possui a metade da quantidade de estaleiros navais do país; e é a terceira Unidade da Federação com maior número de embarcações de esporte e lazer.
O Rio produz quase 90% de todo o óleo nacional e 75% de todo o gás no País, sendo o maior contribuinte para o desempenho nacional relacionado ao setor. Em 2022, os municípios fluminenses arrecadaram quase 50 bilhões de reais em royalties e participações das atividades de petróleo e gás natural. As cidades que mais se destacaram foram Maricá e Niterói. Ambas estão utilizando os recursos arrecadados em prol de ações sustentáveis para o meio ambiente e a sociedade.
O Rio de Janeiro também se destaca por ter grande potencial na geração de energia eólica offshore, que é fonte de energia limpa e renovável, obtida por meio da força do vento em alto-mar. Para o professor Marcelo Simas, a sustentabilidade garantirá a perenidade de pessoas e instituições. “Sustentabilidade não é mais uma opção, mas, sim, uma obrigação e inclui aspectos socioambientais e sistema econômico inclusivo, equitativo e regenerativo para as pessoas e o planeta”, afirmou Simas.
Na função socioeconômica, a Economia do Mar promove a geração de trabalho e renda – como empregos na área de construção de embarcações, em plataformas de extração de minerais e no transporte marítimo. Cerca de 90% do comércio exterior brasileiro é viabilizado por rotas marítimas. O mar rende dois trilhões de reais por ano ao Brasil. As atividades no mar no País garantem 19% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Turismo marítimo
Outra atividade econômica que tem destaque na cidade do Rio de Janeiro é o turismo marítimo. São comuns os passeios de barco, a prática de esportes náuticos e os cruzeiros que passam pela cidade com turistas do mundo inteiro. As belezas naturais do Rio atraem investimentos nacionais e internacionais e ajudam na arrecadação de recursos pelo Estado. As atividades econômicas do mar também colaboram para a segurança alimentar por meio da pesca e aquicultura.
O RJ é um mar de oportunidades para estimular a economia e o desenvolvimento sustentável. A pauta ganhou tanta notoriedade que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado foi desmembrada e criada uma pasta específica para tratar da temática: a Secretaria de Energia e Economia do Mar.
A Economia do Mar ainda enfrenta desafios, como lançar estratégicas para ampliação da infraestrutura; capacitação de recursos humanos; e desenvolvimento de pesquisas e tecnologias sustentáveis. Para o professor Marcelo Simas, são necessárias políticas públicas e privadas para o avanço do País.
Seminário realizado no Rio de Janeiro sobre Economia do Mar reuniu personalidades da área