O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, enfatizou a necessidade de fortalecer a indústria, como forma de promoção do desenvolvimento econômico de Santa Catarina. Ao abrir a reunião mensal da Câmara de Desenvolvimento da Indústria de Metalmecânica da entidade, nesta quinta (30), o empresário lembrou que a FIESC criou o programa Reinventa, que tem o propósito de promover a reindustrialização catarinense.
“O mundo depois da pandemia é um mundo diferente”, disse ao se referir à nova conjuntura econômica mundial, com a tendência de ampliar a produção industrial aos países ocidentais. Aguiar considera como equivocada a transferência da produção industrial para a China, como ocorreu ao longo das últimas décadas. “Observamos que precisamos nos reinventar e fortalecer a indústria. Onde tem indústria tem desenvolvimento, IDH elevado. Temos uma indústria forte, pujante e diversificada, mas não estamos tranquilos. Temos deficiências enormes na infraestrutura de transporte, que impacta negativamente na competitividade do setor”, acrescentou o presidente da FIESC.
O diretor de Inovação e Competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, também falou sobre o programa Reinventa. “Cada vez mais as empresas têm que trabalhar sistematicamente juntando vários elementos”, disse, referindo-se a aspectos como identidade da empresa, composta pelo empreendedor, modelo de negócios, recursos humanos e desdobramento do modelo de negócios. Para ele, os modelos de negócios devem dialogar com temáticas como o ESG (acrônimo das expressões em inglês para gestão, sustentabilidade ambiental e social). “Tecnologia, produto, mercado e processo são aspectos que estamos buscando permanentemente aqui na Academia FIESC de Negócios”, completou.
Para André Odebrecht, presidente da Câmara e presidente da FIESC para o Alto Vale, cada indústria que está no mercado, de alguma maneira, se reinventou para atender as demandas dos consumidores. “Neste novo paradigma, não há outra opção que não seja pensar, planejar, criar metodologias para buscar a melhoria de seus processos”, afirmou.
Indústria 4.0
O professor Germano Mendes de Paula, da Universidade Federal de Uberlândia, falou sobre os impactos da indústria 4.0 no setor siderúrgico. Segundo ele, a busca por soluções digitais deve aumentar a interação do segmento com provedores de conhecimento avançado (startups) e indústrias de base científica. Além disso, os esforços tecnológicos das siderúrgicas permanecerão focalizados no desenvolvimento de novos produtos, os clusters tecnológicos devem favorecer negócios estabelecidos, sem mudanças substanciais nas barreiras à entrada e as novas tecnologias ampliarão a heterogeneidade entre as siderúrgicas, favorecendo empresas inovadoras.
Das ferramentas relacionadas à indústria 4.0, o setor siderúrgico deve adotar intensivamente nos próximos anos a internet das coisas e redes de comunicação rápidas. Já a inteligência artificial, produção inteligente e conectada, materiais avançados na indústria e nos consumidores. Armazenamento de energia, materiais estruturados e biotecnologia devem ter utilização moderada ou baixa. Essas tendências foram extraídas da pesquisa I2027, elaborada pelas universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Campinas (Unicamp), a pedido da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), ligada à Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Cenário Econômico
O cenário econômico internacional se deteriorou, especialmente devido à falência dos bancos Silicon Valley (SVB), Signature e Silvergate, além da compra do Credit Suísse pelo maior concorrente, o USB. Apesar disso, a crise ainda é mais restrita às economias centrais e não se irradiou às economias emergentes. A análise foi apresentada pelo economista Marcelo Masera de Albuquerque, do Observatório FIESC. Aos integrantes da Câmara da Indústria Metalmecânica, Masera destacou também uma tendência de queda na inflação de produção industrial do mundo, por conta das medidas dos bancos centrais dos diversos países.
Em relação ao Brasil, o economista constata a expansão do consumo das famílias, fator que puxou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Os primeiros meses de 2023 demonstram uma retomada do emprego na indústria, que havia decaído no final do ano anterior.
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