Em uma pista de 1.067 metros de comprimento por 25 metros de largura, o C-98 Caravan da Força Aérea Brasileira (FAB) pousa de duas a três vezes ao dia, no Aeródromo de Surucucu – onde está localizado o 4º Pelotão Especial de Fronteira (4º PEF) do Exército Brasileiro – levando alimentos e medicamentos às comunidades indígenas Yanomami, em Roraima. Também são levados combustível de aviação, que abastece a aeronave H-60 Black Hawk responsável por levar os suprimentos às aldeias necessitadas. Além do H-60, o C-98 é a única aeronave da FAB capaz de pousar naquela pista, uma vez que ela se encontra deteriorada, o que impossibilita o pouso de grandes modelos.
Segundo o Tenente Aviador Gabriel Gomes Fissicaro, piloto do Sétimo Esquadrão de Transporte Aéreo (7º ETA – Esquadrão Cobra), que opera nessa missão, o Caravan é uma das poucas aeronaves que conseguem operar de forma segura em Surucucu. Isso porque a aproximação para pouso, nessa localidade, apresenta várias particularidades como: a altitude do local, que tem influência negativa na potência do motor; a pista em aclive e o terreno montanhoso em volta, que, em condições meteorológicas adversas, dificulta a visualização da pista para pouso.
Diante destas peculiaridades da região, o C-98 consegue mostrar toda a sua versatilidade operacional e assim executar a missão. “A aeronave pode se adaptar rapidamente para o transporte de passageiro ou de carga, dependendo da necessidade. Assim, além de ter um custo de operação extremamente baixo, consegue pousar em locais de difícil acesso, viabilizando o cumprimento de diferentes missões, desde o transporte de pessoas e suprimentos, até as evacuações de emergência de enfermos correndo risco de morte, o que fazemos diariamente na Operação Yanomami”, explica o Tenente Fissicaro.
Desde que foi acionado para atuar na ação de ajuda humanitária aos indígenas, o Caravan – considerado um dos monomotores mais seguros e confiáveis do mundo – já voou mais de 220 horas, tendo levado cerca de 40 mil quilos de medicamentos, alimentos e combustível. O monomotor é ainda o responsável por levar para a Base Aérea de Boa Vista (BABV) todos os materiais e equipamentos utilizados no lançamento de carga feitos pelas aeronaves C-105 Amazonas e KC-390 Millennium.
As informações são da Força Aérea Brasileira.
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