Para a Capitão de Corveta (T) Sabrina dos Passos Barbosa, que está participando da Missão de Paz “MONUSCO”, na República Democrática do Congo, “ter sido selecionada para contribuir, pelo Brasil, com aquele país é a realização de um sonho. Sempre almejei ter mais contato com o lado operativo das atividades militares”.
O papel da militar na missão está relacionado às atividades dos batalhões e operações no campo, principalmente pela necessidade de desenvolver o trabalho de “construção de confiança” junto à população local. “É recompensador perceber que o fato de ser brasileira e mulher facilita o trabalho que preciso desenvolver. A imagem do Brasil é muito positiva e nas minhas atividades, confiança mútua é essencial”, destacou.
A função que a Capitão de Corveta (T) Sabrina ocupa na Missão é de “FIB G9 Deputy Chief”, em que G9, na estrutura organizacional de Missões de Paz da ONU, significa Coordenação Civil Militar (CIMIC). Seu trabalho consiste em desenvolver atividades em conjunto com os componentes militar, policial e civil no que diz respeito a políticas, segurança, desenvolvimento humanitário, infraestrutura e diversas outras dimensões da missão. “Também faz parte da minha atividade fomentar o alcance e acompanhar as relações de colaboração com as forças de segurança, autoridades e população locais. Dentro desse contexto, um dos aspectos mais importantes do meu trabalho é a proposição e o acompanhamento de projetos de impacto rápido para melhorar as condições de vida da população local, consistindo em construção ou reforma de pontes, escolas, hospitais entre outros meios e os projetos para redução da violência comunitária, como instalação de luz elétrica nas vias públicas e vilas”, detalhou.
Há quase quatro meses na missão, a experiência mais marcante, segundo ela, foi participar de uma operação de campo, cujos objetivos eram evitar que um grupo armado atacasse acampamentos de pessoas internamente deslocadas e recuperar o controle da região, devolvendo-a para as forças de segurança locais. “Acompanhei o desenvolvimento da operação no campo e toda a movimentação de tropas no terreno e fiz contato com os líderes locais para pedir apoio para a operação. Além disso, visitei um hospital atacado e apoiei no seguimento ao projeto de reestabelecimento dessa unidade de saúde”, contou.
Diversidade cultural e apoio da família
A diversidade cultural é um dos pontos mais positivos de uma missão como esta. A Capitão de Corveta (T) Sabrina chegou na localidade em 16 de fevereiro deste ano e a previsão de deixar a missão é em fevereiro de 2023, portanto, passará cerca de um ano longe do Brasil e, consequentemente, da família. “Conviver com tantos comportamentos e percepções diferentes faz com que eu questione muitas coisas e aprenda muito. Em um ambiente tão diverso estou convencida de que a chave para a solução de quase todos os problemas é o respeito mútuo. Deixar o meu País, onde eu conhecia todas as regras de convivência e me encontrar inserida em um ambiente multicultural não terá outro resultado a não ser fazer de mim uma pessoa melhor e mais consciente da importância das relações humanas”, refletiu.
A oficial afirma que grandes mudanças não são possíveis no curto prazo, e que, por isso, em um ambiente como este, onde a carência é extrema e os recursos são limitados, a perseverança e a força de vontade para que as coisas deem certo muitas vezes contam mais. “Quero ir embora com a percepção de que a situação está melhor do que quando eu cheguei, principalmente considerando as minhas atividades. Espero, de fato, ter essa percepção quando chegar o dia de deixar esse país”, concluiu.
As informações são da Agência Marinha de Notícias.
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