Comitiva do Ministério da Defesa liderada pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (CEMCFA), Tenente-Brigadeiro do Ar Raul Botelho, acompanhou as ações e meios utilizados na Operação Conjunta Ágata de combate a crimes transfronteiriços nos dias 24 e 25 de março. O grupo observou a atuação dos militares das Forças Armadas e dos Órgãos de Segurança Pública e Fiscalização (OSPF) em Dourados e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.
A Operação Ágata ocorre ao longo do ano em diferentes estados e períodos. Em 2021, foram planejadas 46 operações apenas neste primeiro trimestre, sendo esta a primeira realizada de forma conjunta, isto é, Marinha, Exército e Força Aérea atuando de forma integrada e coordenada com os OSPF da fronteira oeste do País, abrangendo os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em 2021, serão quatro Ágatas conjuntas.
“Foi muito bom ver a atuação das Forças Armadas na ‘ponta da linha’. Partindo de um planejamento operacional bem feito, identificamos o emprego conjunto de tropas militares, potencializando o conceito de interoperabilidade, assim como o uso de novas tecnologias e efetivos equipados e capacitados para o cenário da operação. Destaca-se as características de emprego dual das Forças Armadas, seja nas ações subsidiárias de apoio do Estado seja nas ações de defesa da Pátria”, salientou o Brigadeiro Botelho.
Ele ressaltou, ainda, que as Operações Ágata beneficiam também o cidadão brasileiro ao impedir que a droga entre nos centros urbanos e gere os problemas sociais advindos da fragilização da segurança pública.
Na quarta-feira (24), a comitiva reuniu-se com membros da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada em Dourados, município localizado a 229 km da capital sul mato-grossense. A organização militar é a primeira unidade do Exército a implantar o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON).
Na oportunidade, foram discutidos o histórico de resultados da Operação em anos anteriores e o planejamento das ações desta edição. Em seguida, o Comandante da Brigada, General Adilson Akira Torigoe, apresentou as capacidades do SISFRON. “O SISFRON é formado por subsistemas, compostos por equipamentos óticos, eletrônicos, rádios para comunicação tática e estratégica, radares, que fazem vigilância”, disse ele.
O General Akira informou, ainda, que o tráfico de drogas é o ilícito mais recorrente na região, sendo a maconha o entorpecente mais comercializado. Além disso, há também o contrabando, descaminho, roubos e furtos de carros.
“Antes de iniciar a Operação, nós fazemos um trabalho de inteligência junto com os órgãos parceiros para levantar as principais rotas dentro do modal terrestre, aéreo e fluvial. Com conhecimento desses trechos, atuamos nos pontos mais utilizados nos ilícitos transfronteiriços”, explicou.
Esta edição da Operação Ágata é comandada pelo Comandante do Comando Conjunto Oeste, General de Exército Fernando José Sant’ana Soares e Silva, e estruturada com organizações militares da Marinha e do Exército da Região Centro-Oeste, além do apoio dos meios da Operação Ostium da Força Aérea Brasileira, que ocorre simultaneamente.
Profissionais dos OSPF estaduais e federais, assim como órgãos de fiscalização dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul e da União atuam junto com as Forças Armadas. “Na medida em que conseguimos dificultar o transporte de drogas na faixa de fronteira, as organizações criminosas ficam com menos possibilidade de aterrorizar nossa população”, disse o General Soares.
O componente da missão na Força Naval é o Comandante do 6º Distrito Naval, Contra-Almirante Sérgio Gago Guida. Ele ressaltou que duas das embarcações empregadas foram deslocadas por terra para uso na Operação. Saíram de Corumbá para os municípios de Mundo Novo e Guaíra, percorrendo uma distância de cerca de 800 km.
“Estabelecemos pontos de fiscalização fluvial fixos nas áreas de maior trânsito na região próxima aos municípios de Corumbá e Porto Murtinho. Além disso, nossos navios patrulham os 800 km do rio Paraguai”, explicou o Contra-Almirante.
No Exército, além da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (Guaicurus), a 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, localizada em Corumbá (MS), e a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Cáceres (MT), também participam da Operação.
Na quinta-feira (25), a comitiva visitou o 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Ponta Porã, município da fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai localizado a 312km de Campo Grande. Na oportunidade, eles conheceram os trabalhos realizados pela organização na Operação Ágata e as tecnologias e meios do SISFRON empregados.
Em seguida, as autoridades estiveram no Posto de Bloqueio da BR-463 para observar in loco a ação de inspeção dos veículos que entram no País provenientes do país vizinho. No local, radares, equipamentos óticos, drones, cães de combate e farejadores auxiliam nas ações. Caso o suspeito não obedeça a ordem de parada do automóvel, equipamentos de fura-pneu são acionados para impedir a fuga.
A Operação Ágata
A Operação Ágata foi criada em 2011, com a finalidade de intensificar a presença do Estado na faixa de fronteira e a integração com órgãos federais, estaduais e municipais, bem como a cooperação técnica, de inteligência e de logística entre os envolvidos. A doutrina conjunta e interagências aperfeiçoa as ações contra os ilícitos nas fronteiras, inclusive combate os crimes ambientais, reforça o sentimento de nacionalismo e a Defesa da Pátria nessas regiões sensíveis. Vale lembrar que o Brasil faz fronteira com dez países da América do Sul, em uma extensão de 16.886 km.
Desde 2017, a Ágata tem novo formato de atuação. Antes todas eram operações conjuntas de grande porte e longa duração, voltadas apenas para a faixa de fronteira terrestre. Hoje contemplam também a fronteira marítima, são pontuais, sem data fixa e sem duração prevista para ocorrer, incluindo centenas de Operações Singulares de cada Força Armada. As informações são do Ministério da Defesa.
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