O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, debateu as demandas em ferrovias com os senadores Dário Berger e Esperidião Amin, com a deputada Ângela Amin e com o representante do deputado Carlos Chiodini, Fábio Lima. O tema foi abordado em reunião na sede da entidade, em Florianópolis, nesta terça-feira, dia 6. “As ferrovias são urgentes e essenciais para Santa Catarina. Temos convicção de que a falta de uma infraestrutura adequada é o principal gargalo para o desenvolvimento. Está na hora de levantarmos a voz por Santa Catarina”, afirmou Aguiar.
“Santa Catarina já teve uma malha ferroviária maior do que temos hoje e para nossa surpresa e insatisfação não estamos contemplados no Plano Logístico Nacional (PNL) como um estado possível para receber investimentos ferroviários, a não ser ferrovias de passagem. Vale lembrar que somos o segundo estado com maior movimentação de contêineres do Brasil. Movimentamos no ano passado 20,2% do total nacional e 12,5% da cabotagem. Isso mostra que somos uma plataforma logística importantíssima para o país”, declarou Aguiar.
O presidente da FIESC destacou ainda que os principais portos do país e do mundo têm ligação ferroviária. “Os que não têm ferrovia são os de Santa Catarina. E aqui temos o porto de Itajaí, segundo em movimentação no país, e Itapoá, que ocupa a quinta posição no Brasil”, completou. Ele também reforçou a necessidade de fazer um projeto de intermodalidade, que é fundamental para direcionar o crescimento do estado, e informou aos parlamentares que os três estados do sul estão unindo forças para defender as demandas comuns e criaram o movimento Sul Pujante.
“Os três estados do Sul podem fazer um plano cooperativo. Me congratulo com essa visão. Se estivermos juntos, seremos mais fortes”, disse o senador Amin.
O senador Dário Berger, que preside a Comissão de Infraestrutura do Senado, propôs a criação de uma agenda mínima das demandas catarinenses, tendo em vista a falta de recursos para executar todas as obras necessárias. “Preciso muito das entidades organizadas para avançarmos naquilo que precisamos avançar”, declarou.
A deputada federal Ângela Amin, que assumiu a coordenação do Fórum Parlamentar Catarinense, lamentou a desativação de ferrovias ao longo dos anos no estado. “É lamentável esse retrocesso. Se não nos unirmos, vamos ficar para trás”, disse.
O deputado Chiodini é presidente da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados e não pode participar por conta de reunião da comissão agendada para o mesmo horário.
Em sua apresentação, o secretário-executivo da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da FIESC, Egídio Martorano, observou que Santa Catarina não tem sequer um norte para as ferrovias, um projeto de consenso. “Desde 2001, já gastamos R$ 26 milhões em projetos ferroviários, com dinheiro público, e não temos sequer um projeto”, afirmou. Ele disse que a FIESC apresentou proposta para o Ministério da Infraestrutura para atualizar os Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) dos projetos ferroviários catarinenses de forma integrada, considerando as cargas de valor agregado. Desta forma, torna viável a execução de ferrovias no estado.
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