Investimento total previsto até 2026 é de R$ 640 milhões; novo edital foi lançado para a adesão de mais seis centros de pesquisa à Rede de e-Ciência. As candidaturas podem ser submetidas até 14 de março
O Programa Conecta, incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), traz grandes avanços para este ano.
De acordo com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a iniciativa deve beneficiar mais de 180 mil pesquisadores de quase 4 mil programas de pós-graduação, distribuídos em 1.300 campi universitários. O investimento total previsto até 2026 é de R$ 640 milhões.
“Para 2025, as expectativas para o Programa Conecta são as melhores possíveis. O ano será marcado pelo avanço na implantação das infovias e dos centros nacionais de dados”, afirmou o diretor-geral do RNP, Nelson Simões.
Segundo ele, a meta é completar as infovias do Acre, de Rondônia e do Tocantins.
Cinco eixos principais do Programa Conecta
O Programa Conecta está estruturado em cinco eixos estratégicos para ampliar a conectividade e a infraestrutura tecnológica voltada à pesquisa no Brasil:
– Expansão da Rede Ipê
– Implantação de infovias estaduais e redes metropolitanas
– Ampliação da Rede de e-Ciência
– Implantação dos Centros Nacionais de Dados (CNDs)
– Segurança cibernética e monitoramento
Rede Ipê
“O primeiro deles tem relação com a Rede Ipê, já anteriormente mantida pela RNP, e sua ampliação para todo o país. Ela é a principal rede de transmissão de dados usada pela comunidade acadêmica que conecta universidade, centros de pesquisa e instituições de ensino”, explicou Simões.
Implantação de infovias estaduais
Serão implementadas 19 infovias estaduais e 79 novas redes metropolitanas, totalizando mais de 40 mil quilômetros de fibra óptica por todo o Brasil.
“De 2023 a 2026, estimamos que os repasses totais para esta linha de ação do Programa Conecta serão de R$ 329 milhões de reais, mais da metade do montante orçado para todo o programa”, informou o diretor-geral.
As infovias estaduais conectarão diversas redes metropolitanas entre si, funcionando como ramificações da Rede Ipê. Já as redes metropolitanas permitirão a conexão direta entre instituições de ensino e pesquisa em uma mesma cidade ou região metropolitana. Atualmente, 89 redes metropolitanas já estão em operação no Brasil.
Ampliação e lançamento do edital da Rede de e-Ciência
A Rede de e-Ciência será expandida para atender centros de pesquisa que lidam com grandes volumes de dados científicos, necessitando de alto poder de processamento, análise, transmissão e armazenamento. A infraestrutura permitirá velocidades mínimas de 100 Gb/s, beneficiando supercomputadores, laboratórios multiusuários e outras infraestruturas de pesquisa avançada.
A RNP lançou o edital para selecionar seis centros de pesquisa para a Rede de e-Ciência, dedicada a instituições de ciência e tecnologia (ICTs) que atuam com “big science”.
Atualmente, a Rede de e-Ciência está em implantação em quatro instituições:
– Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC)
– Senai Cimatec
– Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE)
– Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes)
Além disso, em 2023, outras seis instituições foram selecionadas por meio de chamada pública:
– Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)
– Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF)
– Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
– Universidade Estadual Paulista (Unesp)
– Laboratório Multiusuário de Computação de Alto Desempenho da Universidade Federal de Goiás (LaMCAD/UFG)
– Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
O prazo para submissão das candidaturas no site da RNP encerra-se em 14 de março de 2025. O resultado final será publicado em 16 de abril de 2025.
Implantação dos Centros Nacionais de Dados (CNDs)
O Centros Nacionais de Dados (CND), que deve oferecer instalações especializadas, seguras e escaláveis em todo o território. Para isso, serão firmados acordos de cooperação com provedores nacionais de centros de dados privados.
“O objetivo é hospedar, armazenar, processar e disponibilizar com segurança e privacidade grandes volumes de dados científicos e tecnológicos. Os CNDs se conectam diretamente à rede Ipê e à rede de e-Ciência, sendo parte integrante dessa infraestrutura nacional”, esclarecu a RNP.
O primeiro CND do sistema RNP foi fruto de um acordo com a Scala Data Center, assinado em abril de 2023, e já está em operação em São Paulo. Além disso, um novo centro foi recentemente anunciado para Brasília, e há previsão de um terceiro em Fortaleza (CE).
Segurança cibernética e monitoramento
O Centro de Inteligência em Segurança (CAIS), modelo segurança cibernética da RNP, e o objetivo é a contribuição de infraestruturas mais resilientes e seguras com o monitoramento de vulnerabilidades de todo programa por meio do Centro de Operações de Segurança (Security Operation Center, em inglês – SOCs), que fica em Brasília (DF). Neste ano, serão implementados mais três SOCs regionais para apoiar as instituições.
Democratização da internet
O Programa Conecta busca ampliar a inclusão digital e a inovação científica, levando conectividade de alto desempenho a cidades afastadas dos grandes centros urbanos.
Para Nelson Simões, o programa representa uma grande oportunidade para reduzir desigualdades no acesso à tecnologia e ao conhecimento no Brasil.
“Toda essa infraestrutura vai impactar positivamente o ensino e as pesquisas que contribuem para a superação de problemas e a qualificação e fixação de recursos humanos. O Programa Conecta é uma grande iniciativa para integrar globalmente todas as mentes pensantes do Brasil, independentemente do local onde se encontrem”, concluiu o diretor-geral da RNP.
As informações são do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.