Sistema desenvolvido com tecnologia 100% nacional ampliará a proteção marítima na Amazônia Azul
Em um feito inédito, a empresa Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico (SIATT) apoiou, no dia 17 de dezembro, a Marinha do Brasil (MB) no lançamento de um Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP) a partir de instalação em terra.
A operação pioneira foi realizada por meio da lançadora ASTROS, sistema de foguetes de artilharia empregado pelo Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da MB para saturação de área.
A atividade ocorreu na Restinga da Marambaia, sob a coordenação da Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha (DSAM), com apoio do Centro de Avaliações do Exército (CAEx).
As ações fazem parte do Projeto MANSUP, que visa não apenas equipar as novas fragatas da classe “Tamandaré” com esta moderna arma inteligente, mas também elevar o nível de prontidão da Marinha do Brasil na defesa da Amazônia Azul.
O Gerente do Projeto do MANSUP e funcionário da SIATT, Robson Duarte, afirmou que o lançamento do míssil MANSUP por plataforma terrestre representa uma grande e inovadora vitória para a indústria de defesa brasileira. “Este lançamento nos proporciona autonomia e independência, pois fortalece a autossuficiência tecnológica do país, reduz a dependência de armamentos importados e consolida nossa Base Industrial de Defesa”.
Duarte ressaltou, ainda, a importância do projeto para o Brasil. “O MANSUP pode ser integrado a outros sistemas de defesa, como radares e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), proporcionando uma resposta coordenada e efetiva às ameaças marítimas. A proteção dos recursos naturais marinhos de nossa Amazônia Azul, como petróleo e gás, é imprescindível para o desenvolvimento econômico do país. O míssil MANSUP desempenha um papel estratégico na garantia da soberania nacional e na dissuasão de ameaças aos interesses brasileiros”, completou.
O Diretor da DSAM, Vice-Almirante Carlos Henrique de Lima Zampieri, pontuou que o MANSUP, que tem um alcance de até 70 km e elevada precisão, confere flexibilidade e dinamismo às operações militares. “O míssil é projetado para ser lançado por navios e por meio de plataformas móveis, como as lançadoras do CFN. A mobilidade das lançadoras permite que a defesa seja ajustada conforme a situação e características geográficas, oferecendo meio eficaz de defesa e proteção”.
O próximo passo do Projeto MANSUP envolve o desenvolvimento de requisitos operacionais e especificações técnicas para a futura operacionalização do sistema de defesa a ser empregado pelo CFN, aumentando a capacidade de resposta às demandas da atualidade, como lembrou o Comandante do Material de Fuzileiros Navais, Vice-Almirante (FN) Roberto Ramos Lage. “A defesa do litoral é um elemento crucial quando nos referimos à proteção da nossa Amazônia Azul. O lançamento do dia de hoje representa mais um passo no projeto exitoso da Marinha para equipar o Corpo de Fuzileiros Navais com capacidades adequadas de resposta às diversas demandas em um mundo em acelerada transformação”.
AMAZÔNIA AZUL
O Brasil possui uma área marítima de cerca de 5,7 milhões de quilômetros quadrados, rica nos mais variados recursos e com imensa quantidade de infraestruturas críticas marítimas. Como vetor de proteção deste legado para gerações futuras, a operacionalização do MANSUP na lançadora ASTROS do CFN é uma contribuição significativa para a Estratégia de Defesa Marítima.