Cerimônia contou com imposição de medalhas e marcou encerramento de cursos de carreira
Nesta sexta-feira (13), a Marinha do Brasil (MB) celebrou o Dia do Marinheiro, em cerimônia militar, realizada no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), no Rio de Janeiro (RJ). O evento foi presidido pelo Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho.
Além dele e do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, também estiveram presentes diversas autoridades, militares e civis. No pátio do CIASC, houve exposição de meios aeronavais, como o helicóptero SH-16, e de Fuzileiros Navais, como os Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf) e viaturas blindadas.

Entre os destaques da cerimônia esteve a salva de 19 tiros, a partir de três canhões, em reverência ao Patrono da Marinha, o Almirante Tamandaré. Outro momento marcante, ainda no início da solenidade, e antes mesmo da execução do Hino Nacional, foi a realização do toque de silêncio em homenagem à Capitão de Mar e Guerra (Médica) Gisele Mendes de Souza e Mello, falecida na última terça-feira, no Hospital Naval Marcílio Dias, no bairro Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ).
Quem também homenageou a médica foi o Ministro da Defesa, que abriu o seu discurso relembrando que, apesar do dia de festa, não podemos esquecer daqueles que dedicaram a sua trajetória ao País: “Gostaria de fazer uma citação especial em memória da médica Gisele, que perdeu a sua vida em um trágico episódio na última semana.”
José Mucio aproveitou para parabenizar os formandos, militares e servidores civis pela data: “É uma justa homenagem àqueles que formam o maior patrimônio da nossa Força Naval. Homens e mulheres que se dedicam diariamente aos seus afazeres e materializam a presença do Estado e a defesa dos nossos interesses nacionais nos mares e rios.”
O Dia do Marinheiro é uma data na qual a homenagem é feita tanto àqueles que construíram a história da Marinha quanto aos que seguem, hoje, protegendo a Amazônia Azul e dedicando-se ao serviço à Pátria. O Comandante da Marinha reforçou a importância do mar e da soberania brasileira, e lembrou o exemplo do Almirante Tamandaré, Patrono da MB, nascido no dia 13 de dezembro de 1807.
“Símbolo de materialidade e bravura na defesa dos interesses do Estado. Demonstrou comprometimento e simplicidade, ao denominar a si mesmo como ‘Velho Marinheiro’ e perpetua o seu legado aos Marinheiros, Fuzileiros Navais e Servidores Civis, pela sua conduta, iniciativa e liderança exemplares.”

O evento realizado no CIASC foi o principal evento alusivo ao Dia do Marinheiro deste ano, mas não a única: ainda na manhã desta sexta-feira, aconteceu também uma Parada Naval, na orla do Rio de Janeiro, da qual participaram 12 meios navais e aeronavais da MB.
O desfile, que pôde ser visto pela população em diferentes pontos da cidade, como Copacabana, na Zona Sul, contou com as Fragatas “Defensora” (F41), “Liberal” (F43) e “União” (F45); o Navio de Desembarque de Carros de Combate “Almirante Saboia” (G25); os submarinos “Humaitá” (S41) e “Tikuna” (S34); a aeronave Bell Jet Ranger III (IH-6B); e as embarcações do Grupamento de Navios Hidroceanográficos: Faroleiro “Almirante Graça Aranha” (H34), NHo “Taurus” (H36), NHo “Cruzeiro do Sul” (H38), NPqHO “Vital de Oliveira” (H39) e AvPqHo “Aspirante Moura” (U14).
Cerca de 1.250 militares integraram as ações do desfile naval. Além de celebrar a data, a Parada contribuiu, ainda, para o adestramento dos meios navais empregados.

Momentos da solenidade
A solenidade no CIASC foi dividida em dois momentos: no primeiro, além da homenagem ao Patrono, houve a imposição da Medalha Mérito Tamandaré, honraria destinada a personalidades civis e militares e a instituições que tenham prestado serviços relevantes à Força, seja na divulgação ou no fortalecimento das tradições da MB. Entre as instituições agraciadas este ano, estiveram a Diretoria de Engenharia Naval, o Centro de Instrução Almirante Graça Aranha e a Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Como abertura à entrega das homenagens, o “Hino à Bandeira” foi entoado pelo coral de crianças e adolescentes do Programa Forças no Esporte (PROFESP) e de Música e Cidadania do Batalhão Naval. O PROFESP é considerado o programa de desenvolvimento social mais eficaz do Ministério da Defesa. A MB atende cerca de 10 mil crianças e adolescentes em vulnerabilidade social.
No segundo momento da cerimônia, houve o encerramento dos Cursos de Carreira do CIASC. No total, 747 militares alunos concluíram o ano letivo das diferentes formações ministradas na Instituição. Houve a troca de divisas dos novos Cabos Fuzileiros Navais e a imposição de medalhas aos primeiros colocados do Curso de Aperfeiçoamento Avançado de Oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais e dos Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização de Praças Fuzileiros Navais.

Almirante Tamandaré: um farol para os Marinheiros
O Almirante Joaquim Marques Lisboa, o Marquês de Tamandaré (1807-1897), é considerado, até hoje, o exemplo máximo de Marinheiro, dada a carreira exemplar e às atitudes heroicas que marcaram sua trajetória.
Entre os feitos notáveis do Patrono da Marinha está o de comandar a Força Naval brasileira durante a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), o maior conflito da América do Sul. Sob seu comando, a Esquadra foi bem-sucedida em suas diversas ações, como o bloqueio naval, o transporte de pessoal e material, e o apoio de fogo às forças terrestres.

No entanto, mesmo antes de tornar-se o mais ilustre Chefe Naval, ele já havia servido nos conflitos da Guerra da Independência (1822-1823), como voluntário e ainda adolescente, e na Guerra da Cisplatina (1825-1828).
A extensa e valorosa carreira do Almirante Tamandaré fez com que ele fosse escolhido como Patrono da Marinha e tivesse seu nome inscrito Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Para conhecer mais detalhes de sua atuação em prol da Força e do País, confira a entrevista com o pesquisador de História Militar Aldeir Barros, publicada por ocasião do Dia do Marinheiro de 2023.
As informações são da Agência Marinha de Notícias.