Evento foi realizado pelo Comando do 9º Distrito Naval em Manaus (AM)
A Marinha do Brasil (MB), por meio do Comando do 9º Distrito Naval, realizou o Simpósio “Segurança da Navegação e Desenvolvimento Regional do Norte”, em Manaus (AM). Promovido na última sexta-feira (22), o evento reuniu diversos representantes da comunidade marítima no debate de relevantes temáticas para a região amazônica, como a hidrovia do Rio Madeira, a cabotagem, a construção naval, entre outros.
Ocorrido no auditório Senador João Bosco Ramos de Lima, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, o simpósio também marcou a celebração dos 150 anos de criação da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental.
O Comandante do 9º Distrito Naval, Vice-Almirante João Alberto de Araujo Lampert, destacou que o encontro contribuiu com a aproximação e a consolidação das atividades que a Marinha faz junto à sociedade e à comunidade marítima na região. “Aqui nós temos não só representantes da Marinha, mas também de vários segmentos da comunidade marítima, incluindo universidades, indústria e associações. E nesse simpósio nós podemos dialogar, trocar ideias, além de apresentar o presente e o futuro para a nossa Amazônia”, afirmou.
De acordo com o Almirante, o universo marítimo é um mosaico de interesses, sendo que muitos deles são convergentes, e a Marinha está promovendo esses encontros com intuito de fortalecer essa sinergia, para transformar ou diluir divergências em prol da sociedade. Nesse sentido, o Simpósio foi encerrado com a assinatura de um Protocolo de Intenções do Cluster Naval do Amazonas.
Além do Comando do 9º Distrito Naval, o documento foi assinado pelos parlamentares Sinésio Campos e Adjuto Afonso, da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, Universidade Federal do Amazonas, Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas, Centro da Indústria do Estado do Amazonas e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas.
“Esse protocolo é uma visão do futuro. É o momento de criarmos um ambiente de negócios, um ambiente em que diversos atores possam debater questões ligadas à maritimidade, à Amazônia, e a Marinha faz essa amálgama, para que possamos convergir. Afinal, a Amazônia só vive com atividade marítima”, pontuou o Almirante Lampert.
Programação
O Simpósio “Segurança da Navegação e Desenvolvimento Regional do Norte” contou com seis conferencistas, que ministraram palestras sobre a Segurança da Navegação e o Desenvolvimento Regional do Norte, sob a perspectiva de suas áreas de atuação.
O Diretor do Departamento de Navegação e Fomento da Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação, Otto Luiz Burlier, representando o Ministério de Portos e Aeroportos, discorreu sobre a concessão da Hidrovia do Madeira e as contribuições do Fundo da Marinha Mercante. “É uma grande oportunidade para nós estarmos aqui hoje representando o Ministério de Portos e Aeroportos. Nosso objetivo na Secretaria Nacional de Hidrovias é promover o desenvolvimento das hidrovias brasileiras e navegação interior. Nós somos os coordenadores do Fundo da Marinha Mercante, então nosso papel aqui é contribuir um pouco com o nosso trabalho e participar, ouvir, aprender e estarmos cada vez mais próximos da Marinha do Brasil”, explicou.
O Diretor-Presidente da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem, Julian Roger Crispin Thomas, apresentou a tendência no aumento do tamanho dos navios e o futuro da navegação de cabotagem na Região Norte. “O modal da cabotagem depende muito da comunidade de Manaus e vice-versa, porque hoje 70% do volume que se movimenta de e para Manaus é feito via cabotagem. Então é de suma importância para os dois que as coisas funcionem e que cresçam. A cooperação e a interação entre toda a comunidade, incluindo armadores, autoridades, indústria, comércio, trabalhadores e empresários deve funcionar bem para continuar o caminho do sucesso e de crescimento”, destacou Julian.
Em seguida, o Presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior, Claudiomiro Carvalho, abordou a temática do simpósio na perspectiva da navegação interior, e a historiadora Etelvina Garcia apresentou uma perspectiva histórica sobre a construção naval e o desenvolvimento regional.
O reitor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Sylvio Mário Puga Ferreira, explicou como se dá a participação da academia na segurança da navegação e desenvolvimento do Norte. Já Flávio Silveira, do Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas, discorreu sobre a construção naval.
150 anos da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental
Neste mês de novembro, a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC) celebra 150 anos de história. Sua trajetória teve início em 1874, com a chegada da navegação a vapor à cidade de Manaus, marcando o começo de uma era de crescimento exponencial no comércio fluvial da então Província do Amazonas.
No ano de seu sesquicentenário, a importância dos rios brasileiros para o desenvolvimento regional torna-se ainda mais evidente, especialmente com a crescente relevância do arco norte para os Amazônidas e para o Brasil. Dentre suas atividades, a CFAOC atua fiscalizando o cumprimento das normas que garantem uma navegação sem acidentes, a salvaguarda da vida humana e a prevenção da poluição hídrica, além de executar o Ensino Profissional Marítimo.
“Nos 150 anos da CFAOC aqui na Região Amazônica, nós comemoramos com o pessoal que trabalha na navegação. Nesse simpósio, tem representantes de diversos setores, como a praticagem, o turismo, parlamentares, as empresas de navegação, da construção naval, agências regionais e nacionais, todos pensando na navegação do Norte”, explicou o Capitão dos Portos da Amazônia Ocidental, Capitão de Mar e Guerra André Lysâneas Teixeira Carvalhaes.
“Todos estão aqui para alavancar a navegação, que é um tema importante para a região. Aqui nós temos o melhor turismo de selva, a melhor pesca esportiva do mundo, embarcações dos mais diversos tipos, como voadeira, regionais, graneleiros, contêineres, de turismo, tudo convivendo aqui. Temos a navegação no nosso DNA. Hoje é um dia histórico com a assinatura do protocolo de intenções para formar o estatuto e alavancar a navegação na região”, finalizou.
As informações são da Agência Marinha de Notícias.
