O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) participou, nesta segunda-feira (4), em Tóquio, no Japão, do Encontro, promovido pela Apex, dos Setores de Promoção Comercial e Investimentos (SECOMs), Setores de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTECs) e Adidos Agrícolas do Leste Asiático, com o objetivo de debater cenários e estratégias para o fortalecimento das exportações, a abertura de oportunidades de negócios e o aumento dos investimentos.
Representando o MDIC, o secretário executivo Márcio Elias Rosa ressaltou a importância da indústria para a exportação de produtos de maior valor agregado. “O Brasil precisa romper definitivamente a lógica de ser um grande exportador de commodities, como também não deve ser apenas um grande mercado consumidor de soluções tecnológicas de terceiros. Estamos no melhor momento, executando a política industrial definida pelo presidente Lula e e vice-presidente Geraldo Alckmin”, disse o secretário ao apresentar a Nova Indústria Brasil (NIB).
Lançada em janeiro deste ano pelo Presidente Lula, a NIB cria oportunidades de investimento no país e disponibiliza recursos para financiar iniciativas que promovam a sustentabilidade, produtividade, inovação e exportação da indústria nacional. A aproximação com parceiros asiáticos é essencial para essa nova fase de crescimento sustentável e inclusivo.
O secretário apresentou a saudação em nome do vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, apontou as seis missões da NIB e destacou o aumento dos recursos do Plano Mais Produção (P+P), que financia a NIB, que saltou de R$ 300 bilhões para R$ 405,7 bilhões para projetos que se relacionem às seis missões da política industrial brasileira.
“A Nova Indústria Brasil tem essa vocação e preocupação de tornar a nossa indústria mais produtiva e mais competitiva”, afirmou o secretário executivo do MDIC.
A NIB e outras ações estratégicas do governo federal, como a reforma tributária e o programa Mover, aumentaram a confiança do setor produtivo, que respondeu com a realização de investimentos, que já somam R$ 1,6 trilhão, abrangendo setores como construção civil, transformação digital, automotivo, siderurgia, alimentos e bebidas, e papel e celulose.
O presidente da Apex, Jorge Viana, apresentou números favoráveis da balança comercial e a expansão das relações comerciais com o leste da Ásia, destacando a atuação do embaixador na China, Marcos Galvão, que tem sido um elemento central nos dias de hoje na promoção do Brasil naquele país e, anteriormente, no próprio Japão.
O Japão foi o 9º principal parceiro comercial do Brasil em 2023, quando a corrente de comércio bilateral chegou a US$ 11,7 bilhões, o que representa 2% do valor de todos os bens transacionados pelo Brasil no último ano. As exportações brasileiras registraram US$ 6,6 bilhões, com destaque para as vendas de minério de ferro, carnes de aves, café não torrado, milho e alumínio. De modo similar ao que ocorre com a pauta brasileira exportadora para os países asiáticos, existe a necessidade de diversificação, uma vez que nossas exportações para o Japão são, principalmente, de commodities ou bens semimanufaturados.
Já o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban, aproveitou a ocasião para tratar da complementaridade dos países do leste asiático com a indústria brasileira, além de destacar as enormes oportunidades para incremento das sinergias e para o avanço conjunto na pauta do desenvolvimento sustentável e da transição energética.
A Apex organizou em conjunto com o MDIC e os ministérios das Relações Exteriores (MRE) e da Agricultura e Pecuária (MAPA). Também participam da missão brasileira no Japão representantes do governo federal, do BNDES, do Banco do Brasil, da Embraer e de outras empresas e de associações do setor produtivo brasileiro.
Missão no Japão
Na terça e quarta-feira (5 e 6), o secretário executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, participará da 25ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão (CEBRAJ), que vai discutir oportunidades comerciais entre os dois países.
Nos dois dias do encontro, serão debatidos o panorama econômico e oportunidades de investimentos; comércio e diversificação nas cadeias globais de valor; descarbonização do setor industrial e energia limpa; e cooperação tecnológica, digitalização e indústria 4.0.
Na quinta-feira (7), a agenda oficial do MDIC no Japão se encerra com o encontro do secretário Márcio Elias Rosa com o vice-ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Takehiko Matsuo.
Economia Verde
Em maio, um esforço conjunto para impulsionar a cooperação econômica e industrial entre Brasil e Japão, os governos dos dois países anunciaram um acordo de cooperação para promover o desenvolvimento mútuo com foco em economia verde.
Isso inclui incentivar a transferência de tecnologia, promover o desenvolvimento local de pesquisa e explorar oportunidades nas áreas de descarbonização e transição energética, economia circular, economia digital, cadeia de valor global, mobilidade verde e bioeconomia.
O acordo, firmado entre o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e o ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Ken Saitô, tem como uma das principais metas elevar a cooperação industrial entre os dois países a uma nova dimensão, focando não apenas na quantidade, mas também na qualidade das parcerias.
As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.