Uma instrutora do Exército Brasileiro, veterana em missões de paz, participou do Curso de Observadores Militares das Nações Unidas, durante o mês de outubro, na Holanda. A Capitão Camila Paiva ficou encarregada de lecionar dois blocos de instruções a 18 militares de diferentes nacionalidades que se preparam para atuar em uma missão da ONU.
Ao longo do mês, a Capitão ministrou disciplinas do Core Pre-Deployment Training Materials, que apresenta os princípios, diretrizes e políticas essenciais para todo o pessoal, civil e militar, empregado em missões de paz. Com esse treinamento, espera-se que os capacetes azuis desempenharão as tarefas críticas para levar países a superem conflitos e alcancem a paz. A disciplina inclui temas transversais como conduta e disciplina, abuso e exploração sexual, proteção de civis, direitos humanos, proteção da criança, entre outros.
A brasileira também ministrou instruções do Specialized Training Materials, que aborda os conhecimentos e práticas específicas para a função de observador militar das Nações Unidas. As instruções práticas mobilizam os conhecimentos adquiridos previamente, levando os alunos a vivenciar no terreno algumas situações que podem acontecer durante uma operação de paz. Eles são desafiados a oferecer respostas adequadas a cada incidente simulado, conforme os procedimentos aprendidos. Todas as decisões devem ser tomadas com base nos direitos humanos, no direito internacional humanitário e na doutrina da ONU.
A capacitação de militares por meio do United Nations Military Observers Course é particularmente importante, uma vez que a ONU não possui tropa própria e precisa conduzir missões de paz com militares regulares de seus Estados-membros. Por isso, os treinamentos visam padronizar procedimentos para garantir que a equipe composta por militares de diferentes nações e culturas possa operar em conjunto.
Militar do Magistério Inglês do Exército Brasileiro, a Capitão Camila trabalhou por cerca de oito anos como instrutora no Centro Conjunto de Operações de do Brasil (CCOPAB) e serviu por sete meses na Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (MINUSTAH). Nesta experiência como instrutora da ONU, ela atuou ao lado profissionais da Alemanha, Áustria e Holanda. Além de colaborar para a formação de militares de diversas nações, a Capitão destacou que pôde aprender muito das experiências que eles carregam de suas forças armadas.
“Como instrutura na Holanda, eu pude observar que os alunos brasileiros e estrangeiros estão todos em busca do mesmo objetivo. Por havermos ficado 13 anos no Haiti e por causa do nosso pessoal desdobrado hoje em missões individuais por todo o mundo, o Brasil tem uma grande expertise e know-how para colocar em prática e ajudar na construção da paz mundial, que é o grande objetivo de todos”, comentou.
Em ações como essa, o Exército Brasileiro demonstra o seu compromisso com a agenda Mulheres, Paz e Segurança, da ONU, por meio de ações concretas, fomentando a participação feminina em diversos níveis, especialmente na capacitação militar para Operações de Paz.
Atualmente, a instrutora brasileira integra a Divisão de Missão de Paz do Comando de Operações Terrestres, onde continua colaborando para a presença decisiva do Brasil em missões da paz por todo o mundo.
As informações são do Comando de Operações Terrestres.