Com mais de 600 inscritos, evento contou com a participação da UFRJ e de outras instituições
A Marinha do Brasil (MB) promoveu, nesta sexta-feira (1°), o II Simpósio de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (DefNBQR), no auditório do Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), no Rio de Janeiro (RJ). Organizado pelo Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, o tema desta edição foi “Gerenciamento de Emergências e Desastres no Âmbito Nacional”.
A finalidade do Simpósio é fomentar a mentalidade de resposta a emergências e calamidades naturais e humanas, que podem acontecer nos mais diversos locais e ocasiões, como em eventos de grande porte. Para isso, contou com palestras de militares de diferentes organizações da MB, bem como de representantes de outras instituições, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o Ministério da Saúde, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro e a Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Entre os mais de 600 inscritos, participaram militares das três Forças Armadas, profissionais da área da saúde, da segurança pública e da iniciativa privada, membros da Defesa Civil, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Eletronuclear, além de estudantes de graduação e pós-graduação.
O Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante de Esquadra (Fuzileiro Naval) Carlos Chagas Vianna Braga, apontou a relevância de o evento reunir um público amplo e multidisciplinar. “Isso demonstra o grande interesse e importância desse tema para a sociedade. O objetivo desse seminário é exatamente unir os esforços de diversos setores, para aprimorar a capacidade de prevenção, resposta e mitigação de emergências e desastres, por meio desse intercâmbio”, afirmou.
O Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, abordou o domínio do ciclo do combustível e o desenvolvimento da propulsão nuclear no contexto do Programa Nuclear da Marinha (PNM), bem como o papel da Força Naval em relação ao gerenciamento de emergências e desastres. “A missão da Marinha é preparar e empregar o Poder Naval para a defesa da Pátria e o cumprimento das atribuições subsidiárias – e a atribuição subsidiária geral é cooperar com a defesa civil. A necessidade de avanço e aprimoramento é uma visão da Força”, explicou.
Na parte da manhã, houve, ainda, apresentações que contemplaram a estrutura de resposta a emergências nucleares e radiológicas navais, gestão de emergências e desastres, além da atuação do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, responsável pelo Sistema de Proteção do Programa Nuclear Brasileiro.
O Secretário Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, e o Contra-Almirante Paulo Cesar Demby Corrêa apresentaram as atividades e propósitos da organização. Criada em abril deste ano, a Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (SecNSNQ) tem como principais tarefas regular, licenciar, fiscalizar e controlar submarinos, navios de superfície, plataformas ou embarcações que empreguem reatores nucleares como fontes de energia próprias ou para terceiros, nas águas jurisdicionais brasileiras.
À tarde, estiveram em evidência tópicos como a proteção da vida, do meio ambiente e do patrimônio, em situações que envolvem substâncias químicas, e o papel do Departamento de Emergências em Saúde Pública na resposta a emergências biológicas, como pandemias.
Sistema de Defesa NBQR-MB
A atuação no âmbito da Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica é em prol não apenas do setor militar, mas de toda a sociedade. Exemplo disso é o desenvolvimento no setor nuclear, que gera benefícios sociais e econômicos, e, em contrapartida, exige uma capacidade robusta de resposta a possíveis eventos adversos.
Segundo o Coordenador-Geral do Sistema de Defesa NBQR-MB do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Contra-Almirante (Fuzileiro Naval) Roberto Lemos, projetar, construir e operar submarino de propulsão nuclear convencionalmente armado coloca o Brasil em um seleto grupo de potências mundiais. A Marinha é responsável por conduzir esse processo, estabelecido na Estratégia Nacional de Defesa, e desenvolveu um Sistema de Defesa NBQR, atribuindo ao Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais a coordenação das atividades.
Colaborou 1T (RM2-T) Jéferson Cristiano
As informações são da Agência Marinha de Notícias.