A Base Industrial de Defesa desempenha papel fundamental na proteção das fronteiras e na defesa do território nacional, garantindo a soberania e a integridade do país.
Em audiência pública realizada nesta terça-feira, 18, pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), especialistas civis e militares manifestaram preocupação com a Base Industrial de Defesa (BID). O evento foi proposto pelo deputado General Pazuello (PL-RJ).
Segundo ele, “este ano, o mundo vai gastar R$ 11 trilhões com defesa. Quando vimos que os EUA enviarão US$ 60 bilhões para a Ucrânia, não estamos falando de dinheiro, mas de produtos da sua indústria de defesa”, afirmou. “A discussão sobre a BID permite abordar questões relacionadas à independência tecnológica e à capacidade de inovação do Brasil. Investimentos nesse setor não apenas fortalecem a Segurança Nacional, mas também impulsionam o desenvolvimento de tecnologias de ponta e a geração de empregos qualificados”, explicou.
Participaram do evento, Robinson Farinazzo, oficial da Marinha e consultor de defesa; Albert Caballé, consultor e analista de defesa; Ricardo Cabral, ex-professor da Escola de Guerra Naval; Rodolfo Laterza, presidente da ADEPOL do Brasil; e Edesio Teixeira Lima Júnior, presidente da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON).
De acordo com Robinson Farinazzo, “indústria de defesa não existe para dar lucro. Ela existe para atender a soberania de um país”, cravou. Ainda segundo ele, “nós não podemos perder a Avibras que tem 60 anos de expertise, e a Avibrás está quebrando porque o Governo Federal não compra na proporção que deveria”.
Na avaliação de Albert Caballé, “o setor de Defesa tem importância estratégica e atua junto a governos e Forças Armadas estrangeiras, portanto depende de forte apoio estatal e não pode ser regido exclusivamente por regras de mercado”.
Já o professor Ricardo Cabral, expôs dois exemplos preocupantes envolvendo a Força Aérea Brasileira (FAB). “A FAB cogita adquirir F-16 velhos, dos EUA, iguais aos que a Indonésia comprou (33 unidades) por US$ 33,5 milhões por avião, rifando o Gripen que vai ser fabricado no Brasil pela Embraer, que está absorvendo tecnologia. Outro exemplo, o míssil A-Darter que custou mais de R$ 70 milhões, foi cancelado pela FAB que optou por comprar o IRIS-T, alemão, sendo que a Alemanha negou a venda de peças para o Guarani porque o Brasil não quis vender o blindado para a Ucrânia. A gente comprou míssil de quem já nos boicotou”, advertiu.
Presidente da ADEPOL Brasil, Rodolfo Laterza destacou o exemplo da Coreia do Sul, onde o Bank of Korea consolidou-se como um dos principais provedores de empréstimos para a Administração do Programa de Aquisição de Defesa (DAPA), que atende clientes internacionais. “As exportações do país aumentaram de US$ 3 bilhões em 2020, para US$ 7 bilhões em 2023, e devem alcançar os US$ 10 bilhões este ano”, assegurou.
As informações são da Assessoria de Imprensa da CREDN.