O Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, esteve no Centro Industrial Nuclear de Aramar (Cina) para conferir os avanços tecnológicos na construção do primeiro Submarino Nuclear Convencionalmente Armado do Brasil. A iniciativa, que aprimora a defesa nacional, envolve a participação de 700 empresas, impulsiona a indústria de defesa e contribui para o desenvolvimento econômico e tecnológico do país. Além de gerar cerca de 60 mil empregos diretos e indiretos, os resultados contribuem para evolução de setores da sociedade como energia, saúde e agroindústria. A agenda ocorreu nesta quarta-feira (24), em Iperó, interior de São Paulo.
O Submarino faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha, que integra o Programa Nuclear Brasileiro. O desenvolvimento de submarinos representa um dos maiores investimentos estratégicos da Defesa em ciência e tecnologia, e conta com a participação de cerca de 20 universidades e institutos de pesquisas.
“Isso pertence às próximas gerações. É um aporte de conhecimento. Temos um quadro técnico extraordinário. Quero parabenizar todos que estão envolvidos aqui pelo entusiasmo, pelo senso de responsabilidade que vocês têm, que estão servindo ao país”, disse José Mucio.
Durante a visita, o ministro acompanhou procedimentos no Laboratório de Enriquecimento Isotópico (LEI) e no Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene). O LEI é o local onde é desenvolvida a tecnologia de enriquecimento de urânio, para a produção do elemento combustível utilizado no submarino nuclear.
Já o Labgene é um protótipo em terra, em escala real, dos sistemas de propulsão que serão instalados na futura embarcação. Ele permite simular, com segurança, a operação do reator e dos diversos sistemas elétricos, mecânicos e de controle antes de serem usados no submarino.
O reator de pequeno porte em construção no Labgene tem potencial para ser empregado em benefício da sociedade brasileira. A tecnologia pode prover energia e água dessalinizada (processo de remoção do sal) para regiões com baixo nível de armazenamento e com baixa quantidade de recursos hídricos. Também pode ser utilizado na produção de radiofármacos e na irradiação de alimentos, para eliminar pragas e microrganismos, e aumentar a vida útil dos produtos.
O programa, ainda, contribui para o avanço do conhecimento no campo nuclear e prepara profissionais para enfrentar os desafios da área. Além da transferência de tecnologia, o Prosub proporciona oportunidades para nacionalização de sistemas e equipamentos. A indústria brasileira poderá se beneficiar como um ator relevante em diversos outros setores além da Defesa, graças às competências adquiridas no desenvolvimento do programa.
Além do ministro, a visita contou com a presença do Comandante da MB, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen; e do Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, entre outras autoridades.
Prosub – O Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha, o Prosub, engloba quatro unidades convencionais (com propulsão diesel-elétrica), os S-BR, e um Submarino Nuclear Convencionalmente Armado. Até o momento, três submarinos já foram lançados ao mar: o Riachuelo (S-40), o Humaitá (S-41) e o Tonelero (S-42). O quarto submarino da série S-BR está em construção.
As informações são do Ministério da Defesa.