Partiram para o ataque dois Batalhões de Infantaria, o Esquadrão de Cavalaria, toda a Artilharia e a Engenharia de Combate. Foram mais de onze horas de ferrenho combate contra o experiente Exército Alemão. Às 17h50, o comandante do 3º Regimento de Infantaria colocou seu fuzil a tiracolo e pegou o fone do seu rádio operador, bradando, vibrante: “Estamos no cume do Castelo!”. Solicitou, ainda, mais fogos de artilharia sobre pontos ainda em poder do inimigo além do monte, visando a prosseguir na consolidação definitiva de tão importante ponto estratégico.
Romper a Linha Gótica, posição defensiva das Forças do Eixo nos Apeninos, era fundamental para os aliados derrotarem as forças nazistas naquela área de operações. Mas, no caminho, ao norte da Itália, havia uma elevação guarnecida por alemães considerada inexpugnável.
Quatro tentativas sobre aquele bastião foram rechaçadas. Entretanto, com planejamento detalhado e destemida atuação da tropa brasileira, Monte Castelo foi conquistado em 21 de fevereiro de 1945. Aquela dura vitória custou a vida de 478 heróis brasileiros, sendo 103 na última investida.
As adversidades do terreno montanhoso, do rigoroso inverno europeu e da forte resistência alemã não impediram o soldado brasileiro de hastear a sua bandeira no ponto culminante daquela elevação, abrindo passagem para o avanço das Forças Aliadas em tão importante região do Teatro de Operações da Europa. De fato, a conquista de Monte Castelo reafirmou o valor dos nossos pracinhas, que combateram com coragem, abnegação e fé, obtendo o respeito e a admiração das tropas aliadas na decisiva fase da campanha militar.
Vinte e cinco mil soldados da Primeira Divisão de Infantaria Expedicionária embarcaram para a Segunda Grande Guerra, incluindo combatentes, médicos, enfermeiros e religiosos, todos irmanados com o objetivo de contribuir para libertar o mundo do extremismo nazifascista.
Esse feito histórico reafirma o compromisso institucional do Exército com a grandeza do Brasil, traduzido pela salvaguarda dos interesses nacionais dentro e fora do seu território. Ele se juntou a outros capítulos importantes do passado, tais como a expulsão dos invasores do embrionário solo pátrio, a consolidação e proteção dos limites territoriais do País, a pacificação nacional e a promoção da paz, da estabilidade e da liberdade.
Os mesmos valores que levaram os pracinhas a superarem grandes desafios na conquista de Monte Castelo continuam motivando o Soldado a cumprir sua missão nos mais distantes rincões do Brasil em permanente estado de prontidão, garantindo a soberania do território continental; protegendo nossas fronteiras contra os ilícitos transfronteiriços e ambientais; levando água para as vítimas da seca; e oferecendo ajuda às populações atingidas por enchentes e outras catástrofes naturais. Além disso, no plano externo, o mesmo Soldado continua sendo reconhecido pela efetividade no contexto das missões de paz, contribuindo para a estabilização de estados fragilizados.
Dessa forma, no dia de hoje, prestamos nossas homenagens aos bravos remanescentes e àqueles que já descansam no altar dos heróis da Pátria. Que o exemplo dos nossos aguerridos pracinhas, que há 79 anos superaram obstáculos quase intransponíveis nas gélidas encostas do Monte Castelo, inspire as novas gerações de militares. A hierarquia, a disciplina e os valores da profissão, pautados, principalmente, na inabalável fé na missão do Exército, no patriotismo e na coesão da Força, continuam sendo o caminho seguro para a construção de um Ex.ército cada vez mais forte.
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Brasília-DF, fevereiro de 2024.
As informações são do Centro de Comunicação Social do Exército.