Ferramenta apresentada nesta quarta-feira (31) marca nova fase do programa Brasil Mais Produtivo. Foco será transformação digital, eficiência energética e aumento de produtividade
Micro, pequenas e médias empresas industriais que desejam ampliar sua produtividade e competitividade já podem se inscrever na nova plataforma do Brasil Mais Produtivo, apresentada nesta quarta-feira (31/1) em evento que contou a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
A partir de 2024, o programa inicia nova fase com foco na transformação tecnológica das empresas. Serão destinados à iniciativa mais de R$ 2 bilhões dos R$ 300 bilhões previstos para o Nova Indústria Brasil, divulgado pelo governo federal e com a coordenação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
A expectativa é engajar até 200 mil empresas pela plataforma e atender direta e presencialmente mais de 93 mil até 2027 em uma jornada de produtividade e transformação digital, dialogando diretamente com a nova política industrial lançada na semana passada pelo governo federal.
No evento, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a necessidade de as pequenas indústrias se tornarem mais competitivas. “O mundo vai ter que descabornizar e o Brasil é o grande protagonista em inúmeras rotas tecnológicas. Teremos uma oportunidade importante de nos reindustrializarmos”, comentou. “Vamos nos empenhar o mais rápido possível para fazer que a pequena empresa tenha mais oportunidade, gerar riqueza e trabalho para o nosso país”, completou.
“Estamos juntando aqui dois craques, Sebrae e Senai, para ir à empresa ou pela plataforma digital fazer o diagnóstico correto, identificar o gargalo, verificar onde pode ter um salto de produtividade”, ressaltou Alckmin, ao explicar que o aumento da produtividade é um dos focos da neoindustrialização, ao lado da descarbonização, inovação e exportação.
A nova fase do programa é coordenada pelo MDIC em uma parceria inédita entre o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Empresa Brasileira de Inovação Industrial (Embrapii) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).
“A neoindustrialização é um marco histórico para dizer que o Brasil é um país desenvolvido, soberano e capaz de resolver os abismos sociais no nosso país”, ressaltou o presidente do Sebrae, Décio Lima. “Pela primeira vez, estamos em uma sinergia com órgãos fundamentais para a construção desse processo que é imperativo para a economia brasileira, que trará inovação, sustentabilidade e inclusão”, completou.
Por sua vez, o ministro Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, destacou que a plataforma será uma oportunidade para atrair a confiança dos milhões de empresas que estão na informalidade. “A iniciativa de criar a plataforma tem que vir incorporada, unificada, em poucas palavras, com o objetivo de apoiar essas pessoas. E o Sebrae tem essa facilidade. É a porta em que as pessoas confiam. Os empregos que precisamos estão aqui”, afirmou.
Parceiros
Para o diretor geral do SENAI, Gustavo Leal, o programa e a Plataforma de Produtividade representam uma oportunidade para as micro, pequenas e médias indústrias brasileiras se tornarem mais competitivas. “Esse programa é multifacetado, desde a digitalização à requalificação profissional. É um programa que tem características únicas e uma escala única. É importante reconhecermos o quanto o ministério foi ousado na composição desse programa, além do trabalho em conjunto, que será capaz de fazer grande diferença para a economia.”
A presidente da ABDI, Cecilia Vergara, reforçou que o lançamento da plataforma marca um dia muito importante para o Brasil Mais Produtivo. “Para a ABDI é uma honra participar dessa iniciativa e ser responsável pela gestão operacional do programa. Nosso time segue trabalhando para consolidar o Brasil Mais Produtivo como o maior e mais impactante programa de aumento de produtividade do país, voltado para micro, pequenas e médias empresas. Tenho certeza de que estamos no caminho certo”, disse.
“O Plano Mais Produção busca pavimentar os caminhos para uma indústria mais inovadora e digital, mais verde, mais exportadora e mais produtiva. O Novo Brasil Mais Produtivo é um pilar essencial da estratégia de neoindustrialização nacional, por meio da digitalização de processos básicos e da inserção de novas tecnologias com foco em pequenos negócios”, afirmou José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES. “A plataforma é uma complementaridade do NIB, um esforço do governo e do setor produtivo brasileiro para aumentar a inovação nas empresas. A Finep faz parte deste grande movimento pelo Brasil”, pontua Celso Pansera, presidente da Finep.
“A Embrapii se soma a esse esforço, por meio do desenvolvimento de tecnologias apropriadas aos desafios diagnosticados na plataforma, disponibilizando a sua rede de ICTs com expertise nas mais diversas áreas de competência tecnológica, para impulsionar a competitividade dos pequenos negócios no mercado”, disse o presidente da Embrapii, Chico Saboya.
Como vai funcionar
A inscrição é a porta de entrada no novo Brasil Mais Produtivo, que oferecerá um ciclo completo de conhecimento, com acesso gratuito a cursos, materiais e ferramentas sobre gestão e produtividade, entre outros temas. A partir daí, as empresas participantes poderão entrar em uma jornada rumo à transformação digital, seguindo uma trilha de aperfeiçoamento definida a partir das necessidades diagnosticadas no início do processo.
No programa, as empresas passarão pelo aperfeiçoamento de suas práticas, com foco em melhoria de gestão, inovação, mercado, manufatura enxuta, eficiência energética, transformação digital, buscando aumento de produtividade e competividade. A partir de 2024, as empresas terão atendimento integrado do Sebrae e do SENAI. Também está previsto o acesso a crédito com juros baixos ou recursos não-reembolsáveis para adoção de tecnologias ligadas à indústria 4.0 e às smart factories, ou as fábricas inteligentes. O objetivo é transformar digitalmente 90% das pequenas empresas industriais.
A plataforma é a primeira etapa da ação, cujas metas iniciais preveem o acompanhamento de 93 mil empresas. O programa abrange outras três categorias. Dessas, 50 mil receberão orientações, diagnósticos e planos de melhorias, entre outros instrumentos de apoio do Sebrae, como o acompanhamento dos Agentes Locais de Inovação (ALI), previsto nesta fase.
Após esta fase, 30 mil negócios deverão obter atendimento integrado com consultorias e educação em Manufatura Enxuta ou Eficiência Energética. Por fim, soluções de transformação digital serão implementadas em 8,4 mil micro, pequenas e médias indústrias e 1,2 mil médias empresas do setor contarão com o plano de acesso a cursos de pós-graduação um plano completo de transformação digital: da elaboração do projeto de investimento ao acompanhamento de implantação. Na modalidade, 360 empresas industriais receberão apoio do SENAI com o desenvolvimento de novas tecnologias.
Nova era da industrialização
O Novo Brasil Mais Produtivo está alinhado às diretrizes da nova política industrial brasileira, lançada pelo governo federal no último dia 22. A Nova Indústria Brasil (NIB) é lastreada em seis missões voltadas para o crescimento do país e a melhoria da qualidade de vida da população. A missão 4, que prevê a transformação digital da indústria para ampliar a produtividade, engloba investimentos na indústria 4.0. O objetivo é promover um salto de digitalização das empresas industriais brasileiras (de 23,5% digitalizadas, atualmente, para 90%), além de triplicar a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias até 2033.
Em meados de novembro, foi lançado o novo Brasil Mais Produtivo com a meta de alcançar 200 mil empresas até 2027, sendo 93,1 mil atendimentos nos próximos três anos. Nesta nova fase, o programa coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), em parceria com o Sebrae, SENAI e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), foi ampliado com a chegada de mais parceiros estratégicos. São eles: BNDES, Finep e Embrapii.
Com isso, o programa Brasil Mais Produtivo entra em nova fase e se prepara para promover um salto tecnológico das micro e pequenas empresas (MPEs) industriais do país, após três anos de execução. Iniciado em plena pandemia, a iniciativa levou inovação para pequenos negócios do comércio, serviço e indústria que precisavam se adaptar às mudanças e desafios do momento. No período, o Brasil Mais Produtivo atuou para melhorar a competitividade de mais de 150 mil MPEs pelo país, em mais de 3 mil municípios, para identificar os gargalos na produtividade e rapidamente implementar soluções de alto impacto e baixo custo.
Para isso, as empresas receberam acompanhamento técnico dos Agentes Locais de Inovação (ALI), bolsistas que atuam sob orientação do Sebrae. Nesse período, essas empresas tiveram ganhos de performance com aumento médio de 22,7% na produtividade e crescimento médio de 8% no faturamento. O diferencial do programa é o acompanhamento in loco, oferecendo soluções para sanar as maiores “dores” do empresário naquele momento. No ano passado, o programa se aperfeiçoou para atender demandas voltadas à transformação digital dos pequenos negócios.
Foto: Cadu Gomes/VPR
As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.