Segundo o Superintendente de Segurança da Navegação do Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), o Capitão de Fragata Anderson Barbosa da Cruz Peçanha, é esperado um impacto positivo crescente na eficiência operacional e na qualidade das cartas náuticas após a adoção do uso dos drones. “Espera-se um aumento na qualidade das cartas náuticas nas mais variadas escalas disponíveis, uma vez que a incerteza inerente às imagens satélites pode, em algumas situações, inviabilizar o seu uso para a atualização de contorno em cartas náuticas de grande escala. Cartas de grande escala são aquelas com maior nível de detalhamento. Normalmente, estão associadas às áreas onde a navegação é considerada crítica, como as cartas que cobrem regiões de portos e atracadouros,” ressalta.
Antes do uso dessa tecnologia, a atualização da linha de costa – linha que separa a terra do mar – era feita por meio do Sistema Aerotransportado de Aquisição e Pós-Processamento de Imagens, homologado para emprego nas aeronaves UH-12 da MB. As comissões com o Sistema tinham um custo aproximado de 110 mil reais, enquanto que as com o ARP têm, em média, um custo de 20 mil reais, o que representa uma economia de cerca de 80%.
Desde 2022, os drones estão sendo usados pelo CHM, por meio de mosaicos de imagens capturadas pelos equipamentos. Essa fronteira entre o mar e a terra é dinâmica e está em constante mudança devido a processos naturais, como a erosão e a sedimentação. Já foram coletados dados nos seguintes estados: Rio de Janeiro, Alagoas, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Em 2024, a previsão é de que esse trabalho deve ser feito na Paraíba e no Rio Grande do Sul.
Controle remoto sendo manuseado por um dos militares habilitados a realizar os voos com o drone – Imagem: Marinha do Brasil
Cartas Náuticas
As cartas náuticas são documentos cartográficos que resultam de levantamentos de áreas oceânicas, mares, baías, rios, canais, lagos, lagoas, ou qualquer outra massa d’água navegável e que se destinam a servir de base à navegação.
Elas existem nos formatos analógico (papel) e digital (raster, geotiff ou Electronic Nautical Charts). De acordo com as Normas da Autoridade Marítima, as embarcações que navegam em Águas Jurisdicionais Brasileiras necessitam portar a carta náutica em algum formato, salvo exceções conforme as dimensões das embarcações ou o fim a que se destinam.
Na qualidade de Serviço Hidrográfico Brasileiro, cabe à Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), manter, por meio do Centro de Hidrografia da Marinha, todas as cartas náuticas em Águas Jurisdicionais Brasileiras atualizadas. Além das cartas náuticas em papel, o CHM produz, também, cartas raster e cartas náuticas eletrônicas.
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Equipe do Centro de Hidrografia da Marinha durante coleta de dados em Recife (PE) – Imagem: Marinha do Brasil
As informações são da Agência Marinha de Notícias.