A Finep realizou na terça-feira, 19/12, o primeiro de uma série de Seminários Temáticos sobre “Neoindustrialização em novas bases e apoio à Inovação nas empresas”. Os resultados dos encontros servirão como subsídio para a 5ª CNCTI – Conferência Nacional de CT&I, que acontece, em junho de 2024, em Brasília.
A Finep foi encarregada pela Ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, de conduzir os trabalhos relativos à Neoindustrialização e o presidente da Finep, Celso Pansera, nomeou, para sua coordenação, o chefe de gabinete Fernando Peregrino. Participa ainda da Comissão ligada ao tema, o diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Finep, Carlos Aragão.
O evento reuniu, em sua abertura, além do presidente da Finep, Celso Pansera; o Coordenador Adjunto da 5ª Conferência, Anderson Gomes; o Diretor de Inovação da CNI/MEI, Jefferson Gomes; o Diretor de Inovação do BNDES, José Luis Gordon; a Secretária Executiva do CNDI – Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, Verena Barros; a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader; o presidente do Sebrae nacional, Décio Lima, o presidente da ABIPTI, Paulo Foina; a representante da ANPEI, Simone Saraiva e o professor da PUC-RJ, Adão Villaverde.
O coordenador adjunto da 5ª CNCTI – Conferência Nacional de CT&I, Anderson Gomes, agradeceu à Finep, em nome do Secretário-Geral da CNCTI e ex-ministro Sergio Rezende, por todo o trabalho e fez uma breve apresentação sobre a 5ª Conferência, cujo tema será “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil justo, sustentável e desenvolvido””.
A CNCTI terá como objetivos analisar os programas e planos de CT&I no período 2016-2023 e seus resultados de forma a propor recomendações para a elaboração da ENCTI – Estratégia Nacional de CT&I para 2024-2030.
Para a Secretária Executiva do CNDI, Verena Barros, o momento é único, pela oportunidade de pensar não a indústria, não a ciência, não a tecnologia, não a inovação, mas o processo de desenvolvimento do país. “É um mix de ações importante de estarem contidas nesse desenho da política industrial, não como política de um ministério, mas como política de Estado. A política de ciência e tecnologia, a política de inovação, a política de capacitação, a política de formação, a política de fixação de talentos e tantas outras são instrumentos necessários para que possamos alcançar nossos objetivos de desenvolvimento enquanto sociedade”, concluiu.
Jefferson Gomes, Diretor de Inovação da CNI/MEI, endossou o grupo no apoio à iniciativa, ressaltando a peculiaridade da natureza da Finep e sua missão. “A Finep é uma das poucas instituições do país que conseguem reunir o setor industrial e uma rede nacional de pessoas extremamente competentes. Eu acho que é para isso que vocês estão aqui, para colocar o que seria o nosso novo modelo de indústria para um país dentro desse cenário”.
Para o Diretor de Inovação do BNDES, José Gordon, a industrialização é “uma agenda que vai puxar o país e o desenvolvimento econômico, uma agenda estratégica e estruturante. E a ciência, a tecnologia e a inovação serão fundamentais para pensar essa agenda de futuro. Precisamos de um país mais inovador, de uma indústria mais inovadora, que consegue agregar mais valores, que seja mais complexa, e para isso é fundamental tenhamos os instrumentos corretos para apoiar essa agenda de inovação e estimular a interação em C&T, academia, universidade, centros de pesquisa, rede, senado e setor empresarial”, disse.
Helena Nader, presidente da ABC, também elogiou a iniciativa, recomendando chamar para a conferência pessoas envolvidas em todas as etapas dos órgãos de controle “para evitar que as universidades continuem à deriva e tenhamos a lei interpretada em cada micro espaço do Brasil” Ela parabenizou a Finep, na pessoa do presidente Pansera pela iniciativa. “Estou muito orgulhosa desse projeto de discussão e de ter um documento para entregar pela cada da Ciência, da Inovação, no Brasil, que é a Finep”, sintetizou.
O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, qualificou os desafios como gigantes para todos, já que a inovação, ao trazer qualidade de vida, deve também produzir a inclusão de milhões de seres humanos. Pontuou que no universo da economia brasileira, cerca de 94% são formados por micros e pequenas empresas que respondem por 55% dos empregos formais, e por apenas 30% do PIB brasileiro e lembrou que os pequenos negócios não podem ficar para trás no processo da economia tocada pela inovação. Mas se mostrou otimista “os desafios são gigantes, mas o Brasil tem um povo com uma riqueza que garantiu, ao longo da história, a sua resiliência, sua própria criatividade”, concluiu.
O Seminário Biotecnologias para a Indústria reuniu, na parte da tarde, o Vice-Presidente da Fiocruz, Marco Krieger, o Diretor Presidente do IBMP – Instituto de Biologia Molecular do Paraná, Pedro Barbosa, Diretora de Inovação do Instituto Butantan, Ana Marisa Chudzinski, o Pró-reitor de Pós-graduação, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e a pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Positiva do Complexo Industrial da Saúde, Monica Felts,sob a coordenação de Fernando Peregrino, para colher sugestões em torno do tema.
Entre as recomendações feitas pelos integrantes figuraram: um mapeamento de toda a cadeia de pesquisa e produção de novos fármacos, de modo a promover uma atuação integrada sobre todo o processo; o financiamento de uma infraestrutura para pesquisa de última geração, para tornar o salto tecnológico uma realidade; contemplar a alternativa das compras públicas para produtos e processos na área de saúde; definir foco nos investimentos em P&D; promover fluxo contínuo de projetos reembolsáveis; capacitar mão de obra adequada à tecnologia implantada na produção de fármacos.
O coordenador dos trabalhos, Fernando Peregrino, ressaltou a importância desse primeiro encontro que reuniu representantes da tríplice hélice — como é conhecida a união dos representantes do setor acadêmico, empresarial e governamental —, os mais importantes atores do Sistema Nacional de Inovação. “É um grande avanço essa aliança da Política Científica, Tecnológica e de Inovação com a Política Industrial. Antes, tínhamos cientistas de um lado pedindo recursos e empresários do outro, em busca de incentivos fiscais. Agora estamos todos unidos em busca de uma mesma política de desenvolvimento do país”, concluiu.
Para Celso Pansera, a realização dos seminários é uma satisfação para a Finep. “Quando recebemos a tarefa de organizar o debate sobre Neoindustrialização, nos enchemos de alegria, mas também de responsabilidade. E o Peregrino é muito diligente, conhece muito bem o sistema e assumiu a tarefa entregando essa boa programação para esse grande seminário” disse e concluiu, lembrando as dificuldades que a Finep atravessou em anos recentes “É um orgulho ver que a Finep, que esteve, num passado próximo, ameaçada, hoje ressurge, sediando um fórum como esse, com toda a sua potência e importância”.
As informações são da Finep.