Lançado em 2018, o satélite tinha previsão de vida útil projetada para um ano e superou as expectativas e permanece operacional
O satélite ITASAT, desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Agência Espacial Brasileira (AEB), celebrou, no dia 03/12, um marco histórico ao completar cinco anos de funcionamento na órbita terrestre. O equipamento foi elaborado pelo Centro Espacial ITA (CEI) com fins educacionais, auxiliando na formação de especialistas nas áreas de Engenharia Aeroespacial, realizando experimentos e testando tecnologias em órbita.
Com a previsão de vida útil projetada para um ano, o satélite lançado em 2018 superou as expectativas e permanece operacional, sendo atualmente utilizado para treinamento de operadores e calibração de estações de instituições parceiras, como a de Coordenação Espacial Sul (COESU/INPE) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Além disso, radioamadores recebem ocasionalmente dados do ITASAT. Sendo o primeiro CubeSat de 6U (formado por 6 unidades de cubos com dez centímetros de lado, sendo cada unidade com o valor de 1U) desenvolvido pelo ITA, o ITASAT foi colocado em órbita a bordo do foguete Falcon 9 Block 5, da empresa americana Space X, lançado a partir da Base Aérea de Vandenberg, na Califórnia, nos Estados Unidos.
Radioamadores de várias regiões do país continuam recebendo os sinais de beacons, frequências intermitentes emitidas por ondas de rádio, e compartilham suas experiências pelas redes sociais.
O Chefe do Departamento de Sistemas Aeroespaciais do ITA, Professor Doutor Luis Eduardo Vergueiro Loures da Costa, afirmou que os resultados obtidos até aqui servem de inspiração aos pesquisadores. “O ITASAT, ao atingir este quinquênio em órbita, não é apenas um testemunho de engenhosidade técnica, mas também representa um exemplo de superação de desafios. Sua história é uma lição de que a curiosidade, a inovação e o compromisso podem transformar uma missão educacional em uma jornada duradoura e significativa no espaço”, disse.
Para o Reitor do ITA, Professor Doutor Anderson Ribeiro Correia, este foi um marco na formação de especialistas do setor aeroespacial do Instituto, reforçando a busca pela inovação. “Desde o lançamento do ITASAT-1, permanecemos trabalhando em nossos laboratórios para o desenvolvimento de novas pesquisas. Mais um satélite já foi lançado em 2019, e agora estamos trabalhando para desenvolver outro, em parceria com a Missão Artemis, da Agência Espacial Americana (NASA)”, explicou.
Pesquisas
Em 2022, ocorreu o lançamento do Scintillation Prediction Observations Research Task (SPORT), também um CubeSat de 6U desenvolvido pelo ITA em parceria com a AEB, a NASA e universidades americanas. O equipamento foi colocado na altitude da ionosfera terrestre, estudando bolhas de plasma que se formam sobre o equador e interferindo em sinais de telecomunicação.
Para um futuro próximo, está previsto o lançamento do ITASAT-2, uma constelação de três satélites que aprofundarão os estudos realizados pelo SPORT, além de apresentarem a capacidade de identificar embarcações clandestinas por meio de geolocalização. Já o SelenITA, também projetado pelo CEI, irá integrar a Missão Artemis, da NASA, visando realizar estudos na Lua.
CUBESAT
Os CubeSats também são chamados de nanossatélites e são compostos por unidades cúbicas de 10 cm de lado, sendo que cada unidade representa o valor de 1U. No caso do ITASAT-1, por ser um CubeSat de 6U, ele é formado por seis cubos, cada um com arestas de 10 cm. Entre as vantagens dos nanossatélites, destaca-se o custo reduzido, tanto na produção quanto no lançamento, o que os torna mais atrativos para a aplicação em pesquisa.
Fotos: ITA / Edson Pereira
As informações são da Força Aérea Brasileira.