Iniciativa permitirá a integração, padronização e disponibilização de dados de dispositivos semicondutores para comercialização
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou o projeto “Ambiente de Integração e Interoperabilidade”, ou Plataforma AI2, para o desenvolvimento e operação – em formato piloto – de um ambiente voltado à integrar e padronização de dados de dispositivos semicondutores para a coleta de informações logísticas, de autenticação e de rastreabilidade em todas as etapas da cadeia. Os dados poderão viabilizar o desenvolvimento de aplicações para múltiplos setores da economia e incentivar a criação de novas soluções e empresas, em especial startups. A iniciativa será executada pelo Centro de Pesquisas Avançadas von Braun e pelo Núcleo Softex Campinas (NSC), sob a coordenação da Softex. O projeto foi lançado na última terça-feira (28).
“Esta é uma iniciativa que reforça a preocupação do MCTI em dotar a indústria brasileira de mecanismos e plataformas de suporte ao desenvolvimento que proporcionem ganhos de produtividade. Isso assegura ao país a eficiência tão necessária em um cenário global caracterizado por uma extrema competitividade”, destacou o diretor de Incentivos às Tecnologias Digitais do MCTI, Hamilton Mendes da Silva.
Os dados integrados e padronizados serão disponibilizados para o mercado através da Plataforma AI2 no modelo Semiconductor as a Service. “Esse termo, cunhado pelo Instituto von Braun, define um modelo inovador que possibilita a comercialização de chips semicondutores na forma de serviço e busca superar desafios significativos nessa indústria, permitindo a oferta de soluções, designs e processos fabris associados a semicondutores”, informou o presidente do Centro de Pesquisas Avançadas von Braun, Dario Sassi Thober.
Aplicações comerciais
A viabilidade do conceito Semiconductor as a Service será demonstrada por meio de aplicações comerciais que serão executadas na Plataforma AI2, atendendo diversos setores da economia, fomentando a concepção e o desenvolvimento de novos modelos de negócio e de comercialização de semicondutores.
“Isso viabilizará o desenvolvimento de aplicações para setores que demandam a integração das informações ao longo de todo o ciclo de vida de um produto como, por exemplo, o rastreamento e a autenticação de itens diversos por toda a cadeia logística, desde a produção até a entrega ao cliente final”, detalhou diretor-executivo do Núcleo Softex Campinas, Edvar Pera Junior.
Para o vice-presidente executivo da Softex, Diônes Lima, “é da maior importância o nosso trabalho de coordenação em uma iniciativa do porte da Plataforma AI2, que está alinhada coma estratégia do país de ganhar autonomia em áreas vitais da economia, como é o caso do segmento de semicondutores”.
Além dos chips semicondutores que podem ser embarcados, outros dispositivos semicondutores que já façam parte de produtos ou redes de serviços poderão também ser conectados a um ambiente que integra e compatibiliza informações de forma padronizada, através de uma linguagem que abstrai e torna compatíveis as informações para um amplo espectro de aplicações.
Estratégico para a economia nacional e para o desenvolvimento tecnológico do país, o setor de semicondutores, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (ABISEMI), fatura mais de R$ 3 bilhões por ano, gera mais de 2.500 empregos qualificados e investe mais de US$ 100 milhões em atividades de PD&I.
As informações são do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.