Desde o início do ano, mais de 2 mil militares das Forças Armadas já foram empregados em ações de ajuda humanitária, em decorrência de desastres naturais, por todo o território nacional, e também na Turquia, na retirada de brasileiros do país após terremotos. Tais operações ocorrem em cooperação com diversos órgãos de defesa civil e segurança. Assim, no período de 27 de novembro a 1° de dezembro, o Ministério da Defesa (MD) conduz o 1° Exercício Binacional Integração (EBI), em Porto Alegre (RS). O evento reúne representantes das Forças Armadas do Brasil e da Argentina, além dos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec), com o objetivo de contribuir para o estabelecimento de acordos bilaterais, a atualização doutrinária, a capacitação de pessoal, o desenvolvimento da infraestrutura de coordenação e o aperfeiçoamento da integração entre as instituições nas atividades de apoio à proteção e defesa civil e assistência humanitária internacional.
Para o comandante do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Sul (CMS), General de Brigada, Marcelo Lorenzini Zucco, que participa do Exercício, o mundo está vivendo grandes desafios climáticos. “Nesta semana, estamos reunindo várias secretarias estaduais e municipais de defesa civil, com a participação da Argentina e também da JID – Junta Interamericana de Defesa – , para discutirmos situações e problemas, e como resolvê-los, todos relacionados à questão da ajuda humanitária, como minimizar os danos e poder estender a mão amiga à população, tanto nacional como em outros lugares, como já ocorreu historicamente, por exemplo, quando fomos ao Haiti, após o terremoto”, destaca.
Durante o treinamento, serão simuladas situações de riscos típicos da região Sul do país, em graus crescentes de complexidade, que conduzem à decretação da situação de emergência e do estado de calamidade pública. A partir de um evento inicial de ciclone extratropical, associado a chuvas intensas, fortes ventos e quedas de granizo, serão propostas simulações de enchentes, deslizamentos de terras, rompimento de barragens e destelhamento de edificações, com prejuízos para as populações atingidas. Serão apontados, ainda, desastres tecnológicos de caráter biológico, nuclear, químico e radiológico (BNQR), incluindo derramamento de óleo no mar e no porto, que demandem ações e emprego de meios e tropas especializadas.
Todos os problemas simulados no Exercício Binacional utilizarão os critérios estabelecidos pela Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE), de modo a estimular a cooperação e integração entre o MD e as Forças Armadas com as agências do Sinpdec, bem como com os órgãos que atuam nos mecanismos inter-regionais de ajuda humanitária internacional.
Exercício Binacional Integração – Iniciativa do MD, com participação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), órgão central do Sinpdec, subordinada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), o treinamento é uma oportunidade para que os organismos envolvidos delimitem seus campos de atuação em ações conjuntas e testem seus protocolos de atuação e de acionamento em casos de desastres naturais.
Em 2024, o EBI ocorrerá de forma prática, do lado brasileiro da fronteira, cuja área foco engloba as cidades gaúchas de Santiago, São Borja, Itaqui e Uruguaiana, explorando aspectos de interesse observados nesta primeira edição, especialmente a abordagem em ações de cooperação internacional e o respeito aos protocolos de acionamento.
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As informações são do Ministério da Defesa.