O Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, defendeu a integração de países da América do Sul e o fortalecimento da cooperação regional durante a I Reunião Sul-Americana de Diálogo entre Ministros da Defesa e das Relações Exteriores, realizada, nesta quarta-feira (22), no Palácio do Itamaraty, em Brasília. O encontro, que também contou com a participação do Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu autoridades da Defesa e das Relações Exteriores de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. A atividade ocorreu como desdobramento do Consenso de Brasília, evento realizado em maio deste ano, a convite do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de traçar perspectivas para a cooperação e a integração da América do Sul.
A reunião foi marcada pelo debate de temas como a avaliação da conjuntura de paz e segurança internacional; a manutenção da paz e da segurança na América do Sul, com o compartilhamento de experiências e ajuda humanitária e; por último, o espelhamento das operações interagências para a segurança nas fronteiras dos países sul-americanos.
“Não há dúvida de que precisamos somar os esforços para mantermos o continente sul-americano com uma reunião de paz. A busca pela cooperação regional também se torna relevante para mitigar os crimes fronteiriços de forma a proporcionar uma maior segurança interna à população dos nossos países”, enfatizou o ministro José Mucio.
Neste sentido, ele abordou as operações “Ágatas”, desenvolvidas pelo Ministério da Defesa e Forças Armadas em conjunto com agências e órgãos de segurança pública, que visam combater os crimes em áreas de fronteira. José Mucio destacou que algumas dessas operações são desenvolvidas, inclusive, em conjunto com as Forças Armadas de países que mantém fronteira com o Brasil. Em operação recente, Brasil e Paraguai causaram prejuízo de R$ 38 milhões no combate a ilícitos.
Base Industrial de Defesa – Em seu discurso, José Mucio mencionou, ainda, a busca do Brasil por uma agenda para o desenvolvimento da indústria de defesa. “A indústria de defesa é, acima de tudo, uma indústria de conhecimento, com grandes oportunidades para sua utilização no meio civil, em projetos de uso dual”, afirmou. No Brasil, a Base Industrial de Defesa é responsável por 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB), gera 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos e é responsável por produtos estratégicos de Defesa, como aeronaves, navios, submarinos e veículos blindados.
O Consenso de Brasília – Documento assinado em maio de 2023 por líderes sul-americanos que determina, entre outros temas, a integração regional e o combate às mudanças climáticas como prioridades para os próximos anos na América do Sul. Além disso, as autoridades comprometeram-se a trabalhar para o incremento do comércio e dos investimentos entre os países da região, bem como para a aplicação de medidas de facilitação do comércio e de integração financeira.
As informações são do Ministério da Defesa.