Programa terá R$ 2 bilhões para engajar 200 mil micro, pequenas e médias indústrias e é coordenado pelo MDIC, em parceria com ABDI, BNDES, Finep, Embrapii, SENAI e Sebrae
A indústria brasileira enfrenta, há décadas, desafios de produtividade que impactam a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) e a competitividade do país, problema que exige a adoção de novas tecnologias nos processos produtivos e a qualificação dos trabalhadores. “Aumentar a produtividade e acelerar a transformação digital nas nossas indústrias são medidas essenciais para o sucesso da política de neoindustrialização. O novo Brasil Mais Produtivo representará o início de uma era de aumento da competitividade das micro, pequenas e médias indústrias brasileiras”, disse Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), onde ocorreu o lançamento do programa, nesta quinta-feira (16).
No evento, Alban lembrou que as MPMEs industriais representam 81% do total das empresas e é responsável por 39% dos empregos formais no país, o que justifica a importância de estimular a produtividade, a eficiência energética e a transformação digital nesse segmento.
“Sabemos como é difícil chegar em uma pequena indústria, com tantos desafios. Precisamos fazer da indústria algo ainda melhor para colocarmos o Brasil em um novo patamar. O apoio à melhoria da gestão e à adoção de tecnologias digitas e processos produtivos eficientes nas empresas de menor porte ajudará o país a construir uma indústria mais dinâmica e inovadora e uma economia pujante, que ofereça melhores oportunidades de emprego e renda para a população”, disse.
Para o presidente da CNI, investir na produtividade e na digitalização das atividades industriais vai além de representar um caminho importante para ampliar a participação do Brasil nas cadeias globais de suprimentos. “As tecnologias digitais também facilitam o desenvolvimento de soluções que diminuem o impacto ambiental dos processos produtivos, como a racionalização do consumo de energia e outros insumos naturais, contribuindo para o combate ao aquecimento global”.
Parceiros focados no aumento da produtividade das MPMEs
Alban também destacou que o novo Brasil Mais Produtivo agrega uma série de ações desenvolvidas por instituições estratégicas e relevantes no cenário nacional. Nessa nova fase, o programa coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), conta também com a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que se unem à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) – sendo os dois últimos executores do programa e com aporte de recursos próprios.
“O SENAI, que sempre contribuiu para a elevação da produtividade e da competividade da indústria, é um importante aliado do programa. Atuaremos em conjunto com o Sebrae no suporte às empresas na aplicação de técnicas consagradas”, disse Alban.
O programa
A nova fase do Brasil Mais Produtivo destinará R$ 2,037 bilhões para o engajamento digital de 200 mil indústrias, com atendimento direto a R$ 93,1 mil empresas até 2027. Para isso, o SENAI desenvolveu uma plataforma com acesso virtual a materiais, cursos e ferramentas sobre produtividade e transformação digital para promover o aprendizado e a aplicação contínua por parte das empresas.
SENAI e Sebrae vão atuar de forma conjunta para identificar as metodologias mais adequadas para as empresas atendidas. As empresas farão parte de uma jornada com um ciclo completo de acesso ao conhecimento, que inclui planejamento de gestão e adoção de melhores práticas de produtividade e digitalização da gestão do negócio, realização de consultorias lean manufacturing (manufatura enxuta) e eficiência energética, combinadas com o aperfeiçoamento da força de trabalho e requalificação, além de transformação digital e projetos smart factories (fábricas inteligentes).
Nas modalidades de transformação digital, será feito inicialmente diagnóstico da maturidade das empresas para a adoção de tecnologias industriais inteligentes. Na sequência, elaboração de projeto customizado, solução de financiamento e acompanhamento da implantação.
Todas essas iniciativas estarão disponíveis a partir de janeiro de 2024. As empresas interessadas em participar dessa jornada de transformação digital poderão participar do novo Brasil Mais Produtivo por meio do site do MDIC, onde serão direcionadas para as modalidades do programa.
Quatro modalidades até 2027
A nova fase do Brasil Mais Produtivo contará com quatro modalidades de atendimento:
1. Plataforma de produtividade
– Até 200 mil micro, pequenas e médias empresas terão acesso a cursos, materiais e ferramentas sobre produtividade e transformação digital.
2. Diagnóstico e melhoria de gestão
– Até 50 mil micro e pequenas empresas receberão orientação e acompanhamento contínuo de Agentes Locais de Inovação e outros instrumentos do Sebrae para aumento da produtividade, além de projetos setoriais do Sebrae que também serão oferecidos.
3. Otimização de processos industriais – consultoria mais educação profissional
– Até 30 mil micro e pequenas empresas serão atendidas por consultoria em Lean Manufacturing ou Eficiência Energética e aperfeiçoamento profissional do SENAI.
– Até 3 mil médias indústrias serão atendidas por consultoria em Lean Manufacturing ou Eficiência Energética e aperfeiçoamento profissional do SENAI.
4. Transformação Digital
– 360 empresas apoiadas com desenvolvimento de tecnologias 4.0.
– 8,4 mil MPMEs serão beneficiadas com soluções desenvolvidas por empresas provedoras de tecnologias 4.0, via chamadas Smart Factory, além da possibilidade de contratação de pós-graduação em Smart Factory do SENAI com desconto.
– Até 1,2 mil médias empresas serão contempladas com um plano completo de transformação digital, da elaboração do projeto de investimento ao acompanhamento.
As informações são da CNI.