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NOTÍCIAS

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Monitor “Parnaíba” completa, em breve, 87 anos e segue sendo um navio moderno, robusto e capaz de atuar nos diversos campos do Poder Naval A Operação “Ágata Oeste 2024”, concebida pelo Ministério da Defesa e executada pelo Comando Conjunto Oeste, conta com as Forças...

Exercício integrado das Forças Armadas conta com participação de militares estrangeiros

Nesta quarta-feira (11), ocorreu a demonstração da Operação Formosa no Campo de Instrução de Formosa (CIF), em Goiás. Coordenada pela Marinha do Brasil, a atividade é um exercício integrado das Forças Armadas. Este ano, a edição conta com a participação de militares...

Reunião Interagências para Coordenação das Ações de Controle e Mitigação dos Danos

No dia 14 de setembro de 2024, o 22º Batalhão de Infantaria Mecanizado (22º BI Mec) sediou o Apronto Operacional das tropas envolvidas nas ações de combate aos incêndios florestais, no contexto da Operação TOCANTINS. Após este evento, foi realizado um “briefing” de...

Comitiva do MD avalia trabalhos realizados na Operação Ágata Oeste

Durante o briefing, o Comandante Conjunto destacou a importância do trabalho do contingente feminino, que foi fundamental nas revistas de mulheres, na fronteira O Comando Conjunto Ágata Oeste recebeu, nesta quarta-feira (11/09), na Base Aérea de Campo Grande (BACG),...

ANAC autoriza voos experimentais com eVTOL da EHang no Brasil

Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) não permite o transporte de passageiros e equipara aeronave chinesa a um drone de Classe 1 A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou nesta segunda-feira (9) que emitiu o Certificado de Autorização de Voo...

IME é destaque em Concurso do Ministério da Defesa

Anualmente, o Ministério da Defesa (MD) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) promovem o concurso de dissertações e teses, visando identificar, dar visibilidade e valorizar produções acadêmicas de autores brasileiros, cujos temas...

Chefe do Estado-Maior do Exército acompanha projetos de transformação do CMSE

O Exército Brasileiro passa por constantes transformações e evoluções. São novos equipamentos, novos procedimentos, novas doutrinas que vão sendo implementadas para manter o EB sempre atualizado com o que há de mais moderno em Defesa, baseado no Plano Estratégico do...

Exército dos EUA seleciona o sistema AT4 da Saab para o programa de Munição de Assalto Individual

O Exército dos EUA concedeu à Saab um contrato IDIQ (entregas e quantidades indefinidas), que permite à instituição realizar pedidos de até US$ 494 milhões em cinco anos para o programa XM919 de Munição de Assalto Individual (IAM). A solução oferecida pela Saab é o...

Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação participa de atividades do subcomitê entre Brasil e Estados Unidos

No mês de agosto, ocorreu um encontro pelo Escritório da Subsecretaria de Defesa dos Estados Unidos da América (OUSD - U.S. DoD) na sede do Departamento de Defesa no Pentágono, em Washington-D.C./EUA. O evento teve como objetivo alinhar as propostas de novas parcerias...

Abertas as inscrições para o Prêmio ABDI e Anatel de Redes Privativas 2024

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Empresa é acusada de ameaçar a soberania nacional por contratar engenheiros altamente qualificados do setor aeroespacial e de defesa do Brasil

O governo federal pediu o sigilo total do processo movido por duas associações contra a Boeing (BOEI34) no Brasil, pela contratação de engenheiros altamente qualificados do setor aeroespacial e de defesa do país, mas o juiz Renato Barth Pires, da 3ª Vara Federal de São José dos Campos (SP), negou a solicitação “por ora”.

Pires afirmou em sua decisão que não vê “razão suficiente para decretar o sigilo total do processo”, mas ponderou que pode “eventualmente” restringir a “publicidade de alguns documentos, quando se revelar absolutamente indispensável, à vista dos preceitos da Lei de Acesso à Informação”. O despacho é de segunda-feira (19).

Para negar o pedido, o magistrado citou a manifestação inicial da própria União no processo. A Ação Civil Pública (ACP) é movida pela Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) e pela Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), que tentam impor uma série de restrições à Boeing, como proibir ou limitar a contratação de engenheiros, alegando que a sua postura ameaça a soberania nacional.

O governo federal afirmou inicialmente, com base em um parecer do Ministério da Defesa, que não via ameaça à soberania nacional nas contratações. A pasta dizia ser “notória a ação de captura de talentos profissionais brasileiros pelo grupo Boeing”, mas ponderava que os argumentos apresentados pelas associações “ainda não são suficientes para demonstrar o interesse processual da União”.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou atrás dois meses depois e pediu para fazer parte do processo. A mudança de opinião se baseou em parecer de outro ministério, o do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que viu “possível abuso de poder econômico” e “provável concorrência desleal” da gigante americana nas contratações (veja mais abaixo).

Boeing x Embraer

O processo é movido contra a Boeing em um contexto de disputa com a Embraer (EMBR3) no Brasil. O InfoMoney tem publicado, desde março, uma série de reportagens mostrando a “guerra” extrajudicial (e por talentos) entre as empresas.

Anos após a Boeing desistir de comprar 80% da divisão comercial da Embraer por US$ 4,2 bilhões, a empresa americana tem avançado, desde o ano passado, sobre os talentos da brasileira — e de outras companhias do setor –, contratando “a elite da engenharia aeroespacial” (palavras de Roberto Gallo, presidente da Abimde). A Embraer é associada tanto à Abimde quanto à AIAB (as associações que processam a Boeing).

A gigante americana já contratou mais de 200 profissionais no país desde o ano passado — sendo mais de uma centena da Embraer — e continua com dezenas de vagas em aberto em São José dos Campos (SP), o berço da multinacional brasileira e do setor aeroespacial e de defesa do país.

O foco começou por engenheiros de nível sênior, que têm anos de experiência, chefiam importantes áreas de desenvolvimento de aeronaves e possuem acesso a informações privilegiadas de projetos com segredos industriais, como os caças Gripen. Nos últimos meses, a gigante americana passou a contratar também profissionais de meio e começo de carreira no país.

A Embraer inclusive notificou extrajudicialmente a Boeing, nos Estados Unidos, devido à contratação de seus engenheiros no Brasil. A brasileira afirma no documento, relevado pelo InfoMoney, que a americana se aproveitou do acordo frustrado entre as duas para acessar indevidamente suas informações confidenciais, para contratar os profissionais, e acusa a ex-parceria de “se apropriar indevidamente de seus segredos de negócios e outras informações confidenciais” — o que a Boeing nega.

A Boeing cita a notificação extrajudicial da Embraer em suas manifestações na Ação Civil Pública e destaca que a empresa brasileira é associada à Abimde e à AIAB. A empresa americana diz inclusive que a ação “mimetiza” os principais argumentos da Embraer, tentando vincular os dois movimentos contra a empresa.

A Embraer é a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, atrás apenas da Airbus e própria Boeing, e líder no segmento de aviões de até 150 passageiros. Mas a escala das empresas é incomparável: enquanto a Embraer tem cerca de 18 mil funcionários em todo o mundo, a Boeing tem mais de 150 mil e contratou mais de 26 mil pessoas apenas em 2022. Além disso, a receita da empresa americana é cerca de 15 vezes superior à da brasileira.

R$ 806 milhões (e gastando…)

Em meio à disputa entre as antigas parceiras, o InfoMoney também mostrou que a Embraer já gastou mais de R$ 806 milhões com o negócio frustrado com a Boeing — e continua gastando —, apesar de o acordo ter naufragado há mais de 3 anos. A empresa brasileira cobra ressarcimento da americana pelo rompimento do acordo, mas alerta seus investidores que pode não só não receber o dinheiro, como inclusive ser obrigada a “pagar danos monetários significativos à Boeing”.

Para chegar aos R$ 806 milhões, a reportagem analisou as demonstrações financeiras das duas empresas dos últimos seis anos, além de documentos públicos depositados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e na SEC (Securities and Exchange Comission).

A brasileira desembolsou milhões não só para segregar a sua divisão comercial (que seria transformada em uma joint venture com a Boeing), mas também para reincorporá-la, depois que o acordo fracassou. Foram R$ 485,5 milhões em 2019 e mais R$ 215,7 milhões no 1º semestre de 2020, antes de o negócio ser cancelado pela Boeing, além de R$ 105,6 milhões em 2021, com o programa One Embraer (criado para reintegrar a divisão comercial ao restante da empresa).

 

Embraer já gastou mais de R$ 806 milhões em negócio frustrado com a Boeing — e continua gastando (Arte: Leo Albertino/InfoMoney)

 

No formulário 20-F, depositado na SEC neste ano, a Embraer trata dos riscos que corre por causa do processo de arbitragem contra a Boeing (que já dura mais de três anos). Com 307 páginas, o documento aborda o negócio frustrado logo na primeira parte, onde estão as “informações-chave” (“key information”) da empresa. Na parte “fatores de risco”, a empresa brasileira afirma:

“Incorremos e continuamos a incorrer em custos adicionais em conexão com o processo, defesa ou liquidação do processo judicial atualmente pendente e de quaisquer processos judiciais futuros e quaisquer procedimentos legais futuros relacionados à Transação Boeing e/ou rescisão e falha da Boeing em fechar a Transação Boeing”, afirma a Embraer no documento (veja abaixo).

A companhia lembra os investidores que “tanto a Embraer quanto a Boeing iniciaram arbitragens relacionadas à rescisão” e que os processos foram unificados. “No caso de uma determinação adversa no processo de arbitragem, podemos não recuperar quaisquer danos da Boeing e podemos ser obrigados a pagar danos monetários significativos à Boeing”, destaca a Embraer no formulário. A empresa alerta ainda que pode ser alvo de “litígios movidos por nossos acionistas e detentores de nossas ADRs relacionados à transação da Boeing”.

 

Embraer alerta investidores que pode não ser ressarcida pela Boeing, pelo negócio frustrado, e ainda ter que indenizar a gigante americana (Arte: Leo Albertino/InfoMoney)

Vai e vém judicial

A Ação Civil Pública contra a Boeing, movida pela Abimde e pela AIAB, tem sido marcada por um vai e vém judicial desde o seu início. As associações ingressaram com o processo em novembro, pedindo urgência na análise e solicitando que a União se pronunciasse, devido à ameaça à soberania nacional. Mas a troca de governo e o recesso do Judiciário atrasaram o andamento do processo.

O governo Lula se manifestou apenas em fevereiro, com base no parecer do Ministério da Defesa, e discordou do pleito. O juiz Renato Barth Pires então declarou “incompetência absoluta” para julgar o caso e o enviou para Justiça Estadual.

Mas as associações recorreram ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), que suspendeu a decisão e questionou novamente o governo. Foi após esse segundo questionamento que o governo apresentou uma nova posição.

Com base em um parecer do MDIC, a União voltou atrás e pediu para fazer parte do processo, dizendo que não havia “dúvidas de que a expertise brasileira nos setores de defesa/aeroespacial e aeronáutico, conquistada após uma trajetória de muito trabalho e estreito suporte estatal, possui caráter estratégico para a soberania nacional”.

Devido à mudança de posição do governo, o magistrado reconsiderou a sua decisão e reconheceu a competência da Justiça Federal para analisar o caso (como queriam as associações). Mas Pires foi duro em seu despacho e afirmou que “é sintomático que o interesse da União (agora reconhecido) tenha partido do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e não do Ministério da Defesa (que, ao que parece, não mudou de opinião a respeito)”.

O juiz da 3ª Vara Federal de São José dos Campos (SP) também negou o pedido liminar das associações para proibir — ou ao menos restringir — a contratação de engenheiros pela Boeing. Ele afirmou em sua decisão que “em um sistema jurídico que tem como um de seus fundamentos a livre iniciativa […], a intervenção judicial, quer para impedir, quer para limitar a contratação de trabalhadores, há de ser feita com muita cautela”.

Disse também que a livre concorrência é “princípio regente da ordem econômica” e que, “para que se possa estabelecer uma restrição dessa natureza, precisaria haver uma prova muito clara dos fatos e dos propósitos indevidos das requeridas, o que, até o momento, não se verificou”.

O juiz afirmou também que “uma parte dos problemas narrados na inicial poderia ser resolvida com simples ajustes nos contratos de trabalho, com a inserção de cláusulas de confidencialidade e de não concorrência e, evidentemente, com a instituição de uma política salarial e de incentivos compatível com o mercado”.

O que diz a Boeing?

Este é o argumento da Boeing no processo judicial. Antes mesmo de ser intimada a se defender, a empresa afirmou nos autos que “as associações não fornecem qualquer base legal para as medidas extremas pleiteadas” e querem impedi-la de “exercer seu direito constitucional de livre contratação de funcionários”.

A empresa americana disse que “não pode ser impedida de oferecer bons salários e boas posições aos trabalhadores no Brasil” e que “os engenheiros brasileiros são livres para trabalhar na empresa que ofertar melhores condições de trabalho, especialmente em um mercado altamente especializado”, e que proibi-la de contratar esses profissionais “seria abusivo e desproporcional”.

As informações são do InfoMoney.

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