“Contribuir para a estabilidade regional e para a paz e a segurança internacionais”. Esse é um dos oito objetivos previstos na Política Nacional de Defesa (PND), que orienta os esforços de toda a sociedade para garantir a soberania do Brasil. Nesta terça-feira (30), foi realizada a cerimônia alusiva ao Dia Internacional dos Mantenedores da Paz, na capital federal. O evento, em homenagem aos homens e mulheres conhecidos como boinas azuis, que contribuem para a manutenção da paz ao redor do mundo, foi presidido pelo Ministro da Defesa, José Múcio, e contou com a participação do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire. Em 75 anos de atuação, cerca de 55 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica já foram enviados ao exterior para cumprir 50 missões.
Em Ordem do Dia assinada pelo ministro e pelos comandantes das Forças Armadas, as autoridades destacaram a origem do dia 29 de maio. “Hoje, o mundo comemora o Dia Internacional dos Mantenedores da Paz, também conhecidos como peacekeepers. Esta data rememora o dia 29 de maio de 1948, quando os boinas-azuis, sob a bandeira da ONU, foram enviados para monitorar o acordo de cessar-fogo árabe-israelense. Reconhecer o valor dos soldados da paz transcende a simples celebração de uma data especial. Devotamos a eles admiração e orgulho, convictos de que, graças aos seus esforços, temos a esperança de habitar um mundo mais fraterno e seguro”, afirmaram.
Ressaltaram, também, a presença do país e a participação das mulheres nos dias de hoje. “Atualmente, entre as operações de paz em curso, no Chipre, no Iêmen, no Líbano, no Mali, na República Centro-Africana, na República Democrática do Congo, no Saara Ocidental, na Somália, no Sudão, no Sudão do Sul e em Abyei, o Brasil emprega 88 militares que desempenham missões individuais ou integrando tropas multinacionais, sendo 70 homens e 18 mulheres. A crescente participação feminina brasileira nas missões de paz reflete o alinhamento com a agenda ‘Mulher, Paz e Segurança’ e com a ‘Estratégia de Paridade de Gênero da ONU’. As militares brasileiras têm se destacado por sua valorosa contribuição”, pontuaram.
As festividades no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília tiveram início com o canto do Hino Nacional e contaram com uma homenagem aos mortos em missão. Na ocasião, foi depositada uma coroa de flores no monumento dedicado àqueles que faleceram no cumprimento de missões de paz. Ao final, um grupamento especial formado por peacekeepers desfilou junto com as tropas e realizou a foto oficial do ano.
O Brasil nas missões de peacekeeping – Em 1956, o Brasil marcou a sua primeira participação com tropa em operações de manutenção de paz, no conflito árabe-israelense na Faixa de Gaza, em Suez. Anos depois, contingentes brasileiros estiveram em Moçambique, Angola, Timor Leste, Haiti (por treze anos) e Líbano (por dez anos).
Mulheres em operações de paz – Por dois anos consecutivos, em 2019 e 2020, as capacetes azuis brasileiras foram vencedoras do prêmio “Defensora Militar da Igualdade de Gênero da ONU”, pelos trabalhos realizados na República Centro-Africana.
Centros de capacitação – As Forças Armadas possuem dois institutos de capacitação para missões de paz, que somam esforços para atender tanto militares quanto civis. Eles são o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), do Exército; e o Centro de Operações de Paz de Caráter Naval (COpPazNav), da Marinha; ambos localizados no Rio de Janeiro (RJ). Desde 2005, as instituições já capacitaram, juntas, cerca de 23 mil pessoas, que desempenham papéis em prol da paz e da segurança de nações em conflito.
As informações são do Ministério da Defesa.