Saiba como os equipamentos de orientação são utilizados nos navios da Marinha do Brasil
A constante evolução das tecnologias está presente na palma das nossas mãos. Por meio do celular e da internet, conseguimos resolver diversas questões do dia a dia. Para muitas pessoas, esse aparelho tornou-se essencial. Mas o que o celular tem a ver com os equipamentos de orientação usados na navegação? Com o desenvolvimento tecnológico, podemos acessar instrumentos como bússolas até mesmo nos celulares e tablets. Assim como os telefones móveis se tornaram fundamentais para a maioria das pessoas, a bússola, ou agulha magnética, é indispensável para os navegantes.
Um exemplo de equipamento de orientação muito utilizado nos navios da Marinha do Brasil (MB) é a agulha giroscópica, que aponta para o norte verdadeiro. Segundo o professor do Centro de Instrução e Adestramento Almirante Radler de Aquino, Capitão de Corveta Bruno Neves Baptista, seu funcionamento é baseado em precessão, que é uma massa girante. “A evolução desse aparelho atualmente está na agulha a laser, que, por uma bobina de fibra ótica, obtém diferenças de tempo e de propagação da luz. A Gira Laser é mais barata e livre de peças mecânicas. E, a partir do momento em que a tecnologia consegue eliminar partes mecânicas, de forma geral, tem-se vantagens. Assim, a manutenção fica muito mais baixa e ganha-se mais precisão”, explica.
De acordo com o militar, outra funcionalidade para esse tipo de equipamento nos navios da MB é orientar a direção dos tiros. “É importante ter essa orientação com precisão, não somente para apoio à navegação, mas também para o lançamento de um torpedo, por exemplo, de mísseis ou para o recebimento de aeronaves a bordo dos meios navais. Então, a agulha tem um papel imprescindível, tanto para o navio, quanto para o navegador”, acrescenta.
Agulha magnética padrão localizada no tijupá (último convés superior) do navio
O Encarregado da Divisão de Material Técnico da Base de Hidrografia da Marinha em Niterói, Capitão-Tenente João Paulo Rodrigues Lage, acrescenta que um ganho para a navegação é o fato de as agulhas estarem cada vez menores e mais compactas. “Acompanhando a evolução tecnológica, temos essa miniaturização de componentes e, naturalmente, a necessidade de menos tempo para se alinharem ao norte verdadeiro. Então, o que no passado demorava oito, seis horas, hoje pode ser feito em bem menos tempo, dando uma informação muito precisa de norte verdadeiro. E a agulha magnética permanece obrigatória. Todos os navios da Marinha do Brasil dispõem do equipamento, porque uma de suas principais vantagens é que ele independe de energia elétrica”, destaca.
A agulha magnética
Considerada uma das maiores invenções da humanidade, a agulha magnética, ou bússola, é um objeto capaz de localizar os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste). Ela sempre vai apontar para o polo norte magnético da Terra. Isso acontece porque o planeta funciona como um enorme ímã que exerce força de atração nessa direção.
O nome bússola vem do italiano e significa “caixa pequena”. Criada na China, em meados do século I, ela foi se aprimorando ao longo dos anos. Desde o início e até os dias atuais, é um instrumento indispensável para a navegação. Desempenhou papel fundamental à época do descobrimento do Brasil.
Fonte: Agência Marinha de Notícias