Entre os dias 27 de maio e 3 de junho de 2023, o Rio de Janeiro será palco da 20ª Conferência Internacional da IALA (International Association of Marine and Aids to Navegation and Lighthouse Authorities), que reunirá autoridades e especialistas de todo o mundo em Auxílios à Navegação. Os preparativos, as expectativas e os impactos positivos do evento para o País foram divulgados no último mês, em palestra realizada no Clube Naval, no Rio de Janeiro. A escolha do Brasil como anfitrião da 20ª Conferência da IALA é um marco, por ser a primeira vez que um evento como esse é realizado na América Latina.
O Vice-Presidente da IALA, Contra-Almirante Marcos Lourenço de Almeida, informou que a sugestão foi feita pelo Secretário-Geral da IALA e foi prontamente acatada pelo Brasil, tendo como principal propósito alavancar o setor de auxílios à navegação do país.
“Poder sediar um evento que consiga congregar a comunidade marítima em torno desse assunto e, a partir dele, suscitar uma maior participação dos membros industriais, que são empresas que fabricam equipamentos de auxílios à navegação, é algo de extrema importância”, afirmou o Almirante.
Sobre a escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede da conferência, o Almirante explicou: “Essa decisão de ser no Rio se deu pela facilidade de acesso, já que virão membros de muitos países. O Rio é uma cidade hospitaleira, com diversos pontos turísticos, que tem sua própria infraestrutura, o que a torna bastante acolhedora para os participantes da conferência”.
O evento contará ainda com a exibição de produtos dos membros industriais da IALA, que não ocorreu anteriormente devido à pandemia, tendo sido postergada para 2023. “Esse é o maior evento de exibição de tecnologias de auxílios à navegação do mundo. Trazer essa exibição para o Brasil é algo muito relevante, pois haverá indústrias de ponta, grandes fabricantes expondo seus produtos. Para nós, brasileiros, ter acesso a essas tecnologias e a como elas são utilizadas, podendo trocar experiências com os próprios fabricantes, é um dos maiores ganhos em se fazer a conferência aqui”, disse o Almirante.
O Almirante chamou atenção para o legado que será deixado para o Brasil, a partir da realização da conferência. “Vale ressaltar que o Brasil possui uma costa enorme, vários auxílios à navegação e grande parte da economia é movimentada pelos portos marítimos e fluviais. A utilização de boias propicia uma troca de informações com os navios antes deles chegarem à costa, o que agiliza muitos procedimentos, gerando economia de dinheiro propriamente dita, ou seja, o custo Brasil diminuiu de forma eficiente. Então a gente só tem a ganhar com essa vinda da conferência para o nosso País, uma vez que esse setor marítimo seria aquecido, sendo esse um grande legado deixado pela Conferência da IALA para todos nós”, disse.
Os preparativos foram iniciados em 2018, ao término da 19ª Conferência, realizada na República da Coreia. No último dia 16, por meio da palestra proferida no Clube Naval, foram divulgados os detalhes da organização, os impactos positivos do evento para o país e os motivos que levaram à criação da IALA.
Conforme explica o assessor da Diretoria de Hidrografia e Navegação para assuntos da IALA e Diretor da 20ª conferência, Capitão de Mar e Guerra Alberto Piovesana Júnior, “a IALA foi criada para servir como catalisador do trabalho, antes realizado individualmente por cada país, de forma a padronizar os auxílios à navegação. A diversidade de sistemas existente – cujo número passava de 30 no mundo – causava ainda maior risco à segurança da navegação. Foi essa, então, a primeira missão da IALA, a qual buscava um consenso para a padronização do balizamento flutuante”, reforçou ele.
Segundo o Capitão de Mar e Guerra Piovesana, hoje a IALA define-se como uma associação técnica internacional sem fins lucrativos, constituída por entidades governamentais ou não, autoridades de auxílios à navegação, consultores, institutos científicos e de formação/treinamento, e a indústria, a fim de contribuir para a movimentação de embarcações com segurança, eficiência e economia, para atender às necessidades atuais e futuras de segurança da navegação marítima e, consequentemente, concorrendo para a proteção do meio ambiente ao reduzir riscos de acidentes e minimizar a possibilidade de despejo de poluentes na água e na atmosfera.
O público-alvo preferencial das conferências da IALA são os seus próprios membros, hoje constituídos por 94 membros nacionais, sendo o Brasil representado pela Marinha do Brasil (MB), 164 membros industriais, 80 membros associados, além de 44 membros honorários. No entanto, sendo o Brasil o País-Anfitrião da 20ª Conferência da IALA, lhe será dada a possibilidade de convidar outras entidades que possam ter interesse nos eventos de caráter técnico da Conferência, como as sessões técnicas, que serão constituídas por cerca de 150 palestras, e a Exibição Industrial.
Visita virtual ao Farol da Ilha RasaApesar de a conferência ser restrita aos membros da IALA, será disponibilizada uma visita virtual, aberta ao público, ao Farol da Ilha Rasa, no Rio de Janeiro. A atração está sendo desenvolvida pelo Centro de Análises de Sistemas Navais e vai contar com um simulador de passadiço e de realidade virtual em 3D, incluindo a chegada à Ilha por meio de salto de paraquedas e efetiva visita virtual à Ilha e ao Farol.
A oportunidade de participação será oferecida a alunos de escolas próximas, bem como a pessoas com necessidades especiais, inclusive cegos, pois a Ilha e o farol serão impressos em 3D para proporcionar uma experiência tátil.
As informações são da Agência Marinha de Notícias.
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