A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) inaugurou nesta terça, 21, a Academia FIESC de Negócios e o D.Lab, dois ambientes localizados na sede da entidade em Florianópolis e orientados para o desenvolvimento industrial. A academia é voltada para a educação executiva, direcionando suas ações a agendas como sucessão nos negócios familiares, à reinvenção da indústria e à capacitação da alta liderança (C-level).
Já o D. Lab, laboratório de inteligência do Observatório FIESC, sendo um espaço imersivo para o desenvolvimento de projetos e produtos focados em dados e inteligência para a tomada de decisão, com indicadores e análises da economia catarinense. Também nesta terça, foi inaugurada a Escola de Referência SESI. em Itajaí.
“A Academia FIESC de Negócios é a área de educação executiva idealizada para apoiar a reinvenção e a transformação da indústria. Estamos atuando em diversas frentes da formação executiva, como transformação digital, finanças e formação internacional de executivos”, destaca o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.
No ato inaugural, Aguiar apresentou os potenciais de Santa Catarina. “Temos a menor taxa de desemprego do país, 3,9%, estamos no pleno emprego em Santa e temos a maior expectativa de vida, 80,7 anos”, citou. Aguiar relatou a disparidade entre a arrecadação e o retorno de impostos. “Somos o quinto maior arrecadador de impostos federais. Por outro lado, depois de São Paulo somos o segundo estado mais penalizado na relação do que envia e recebe do governo federal”, constatou o industrial.
“A indústria é o grande vetor do desenvolvimento. Do PIB (Produto Interno Bruto) catarinense, 27% vêm da indústria e 19,6%, da indústria de transformação, aquela que mais recolhe impostos e mais emprega. A riqueza está exatamente nessa grande participação da indústria de manufatura na economia do estado”. Aguiar enfatizou que Santa Catarina ocupa a segunda posição nacional em transformação industrial, atrás apenas do Amazonas, que sedia a Zona Franca de Manaus. O empresário ainda se referiu às boas colocações do estado no que diz respeito à qualidade de vida, segurança pública, saldo de empregos e a corrente de comércio internacional, de 41 bilhões de dólares anuais. “Onde tem indústria tem IDH elevado e tem desenvolvimento”, disse.
Política industrial
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, manifestou-se sobre a carência brasileira de uma política industrial de longo prazo. “A indústria desenvolve tecnologia, dá competitividade a outros setores, paga os melhores salários, gera conhecimento. Por isso que as regiões mais industrializadas são as mais desenvolvidas”, observou. “Educação é investimento, e o Brasil precisa ter pessoas preparadas, com informação, com formação. Santa Catarina tem uma vantagem enorme porque tem uma cultura empreendedora. O que ocorre nesta Academia é fantástico, com a proposta de formar executivos nas empresas para que eles tenham visão de tecnologia, de inovação, de desenvolvimento e de crescimento”.
Representando o governador Jorginho Mello, o secretário da Indústria, Comércio e Serviços, Sílvio Dreveck, afirmou que a Academia representa a grande oportunidade para Santa Catarina continuar sendo referência nacional e internacional.
Repensar a indústria
“Temos todo um trabalho de repensar a indústria, criar novos drivers de valor para os negócios e viabilizar a transformação da indústria”, explicou o diretor de educação e tecnologia da FIESC, Fabrizio Machado Pereira, ao expor a proposta de atuação da Academia FIESC de Negócios. “Nossa inspiração é trazer cada vez mais as empresas para um patamar de maior valor agregado, diferenciação e inovação”, acrescentou. No seu entendimento, a atuação se baseia numa trilha, que tem o objetivo de propor o repensar da indústria catarinense. “Além disso, precisamos criar as condições para o pensamento crítico, estratégico e inovador, a partir de ecossistemas globais, como dos Estados Unidos, Europa, Israel e Singapura, e com intenso trabalho de mentoria para a transformação dos negócios industriais – ampliar exportações, agregar valor ao produto, aumentar produtividade, diversificar portfólio, desenvolver marcas e sofisticar a governança”.
Diálogo com o futuro
Para o diretor de educação e tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, a Academia FIESC de Negócios é uma experiência portadora de futuro para o Sistema Indústria. Ele lembrou que a partir dos anos de 1940 o Brasil experimentou um grande processo de industrialização, obteve um salto qualitativo, se urbanizou e se desenvolveu. “No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, éramos um complexo industrial completo, articulado e distribuído; éramos a 8ª economia do mundo e a produção industrial brasileira correspondia à produção chinesa e coreana. Nos 40 seguintes até hoje, depois de um estrangulamento externo e de 13 planos de estabilização – do cruzado ao real -, o Brasil perdeu tecido industrial, de desindustrialização. Somos campões mundiais de perda de complexidade econômica. A estrutura industrial brasileira é 25 vezes menor que a chinesa”, argumentou. “O Brasil perdeu isso e regredimos. Hoje, além da baixa complexidade econômica, o grande problema é a pobreza urbana, os desempregados e desalentados”.
“Uma escola como essa dialoga com o futuro. O setor empresarial precisa se conectar com o mundo, como ocorre nesta academia. O que se faz aqui, com informação profunda, é uma agenda de mentoria, estratégica para os grupos empresariais. Nenhuma outra instituição brasileira faz isso É um projeto pronto que, embora com características das especificidades da realidade empresarial catarinense, mas com pequenas adaptações pode ser um hub de um projeto nacional que vem tempestivamente dialogar sobre a realidade brasileira”, defendeu Lucchesi.
Parcerias e representações
Em manifestações on-line, falaram Marta Pimentel, da Universidade Nova, de Lisboa (Portugal), e Soumitra Dutta, da Universidade de Oxford (EUA), Rodrigo Fumo, diretor global de engenharia e inovação da Weg, e Alex Marson, CEO da Holding Christal. Essas entidades e empresas são algumas das parceiras nacionais e internacionais da academia.
Além de autoridades estaduais, o evento contou com a presença dos presidentes das Federações das Indústrias de Alagoas, José Carlos de Andrade, e do Paraná, Carlos Walter Martins Pedro, e dos vice-presidentes da CNI, Glauco José Côrte e Paulo Afonso Ferreira. As federações das indústrias do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso também enviaram representantes.
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