Por Fernando Valente Pimentel*
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) interage regularmente com a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE). Em nossa entidade, representativa de um parque constituído por cerca de 25 mil empresas e empregador de 1,5 milhão de pessoas, mantemos, no Comitê de Roupas Profissionais, um setor específico de trajes militares.
Assim, a Abit tem contribuído para a fabricação dos chamados produtos estratégicos de defesa, hoje utilizados amplamente pelas Forças Armadas. Estamos avançados tecnologicamente nessa área, na qual cabe destacar o importante papel desempenhado pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI CETIQ), que, atuando junto com o Exército, a Marinha e a Aeronáutica e as indústrias têxteis e de confecção, de modo sinérgico com nossa entidade, promove o desenvolvimento de uniformes de alta qualidade e adequados aos marcos legais da Defesa.
Os uniformes camuflados para a Marinha e o Exército, por exemplo, passaram a ser fabricados com tecido de poliamida e algodão com estamparia por corante, o que aumentou a resistência à abrasão e ao rasgo, a solidez da cor, o conforto e respiração da pele e a durabilidade. Para a Marinha, foi especialmente desenvolvido um padrão camuflado para operações especiais em ambientes urbanos, focado nas comunidades do Rio de Janeiro.
O Senai CETIQT também foi responsável pelas alterações das modelagens dos uniformes camuflados da Marinha e do Exército, melhorando a vestibilidade, a resistência e o conforto. Esses trajes são utilizados por todo o pessoal embarcado da Marinha. O tecido, antes integralmente de algodão, avançou para um material resistente ao fogo repentino (aramida e modacrílico), o que representou aumento da segurança para o usuário.
Foram criadas camisas de combate específicas para a Marinha e o Exército, tanto em operações especiais, quanto em atividades de segurança orgânica. Para essas duas forças, também estão sendo desenvolvidas várias soluções para as capas de colete balístico, tanto no que se refere a tecidos e materiais, como velcros, fitas e fios, quanto à modelagem. Para a Aeronáutica, há os macacões de voo, também muito importantes.
Todos esses produtos, fabricados com excelência, demonstram a capacidade produtiva da indústria têxtil e de confecção, bem como sua diversidade e aporte tecnológico. Exemplo disso são os uniformes inteligentes e a agenda da Indústria 4.0, na qual o Brasil tem imenso potencial, inclusive em todos os elos da cadeia produtiva do setor. Trata-se de um segmento até mesmo com potencial significativo para a exportação de itens com alto valor agregado.
O setor têxtil e de confecção nacional, o quinto maior do mundo e um dos poucos que integra toda a cadeia produtiva, das fibras naturais, artificiais e sintéticas, passando pelos tecidos, até a roupa pronta, destaca-se no cenário global por seu profissionalismo, design, criatividade e tecnologia. Conta, ainda, com forte presença e interação com universidades e centros de pesquisa, como o Senai CETIQT. O segmento de defesa é um ótimo exemplo da jornada de desenvolvimento da nossa indústria, que muito se orgulha por vestir as Forças Armadas!
* Fernando Valente Pimentel é Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)
O artigo foi publicado originalmente na revista Informe ABIMDE (Dez/22)
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