O Imperial Marinheiro Marcílio Dias, personagem de destaque da Guerra da Tríplice Aliança, foi homenageado pela Marinha do Brasil durante as comemorações da Batalha Naval do Riachuelo em 11 de junho deste ano. Em função da sua importância para o País, o Deputado Federal Sanderson apresentou, em agosto deste ano, o Projeto de Lei 1402/2022, que inscreve o nome do Marinheiro Marcílio Dias no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. No último dia 9, o projeto de lei, de relatoria do Senador Plínio Valério, foi aprovado no plenário do Senado Federal e segue para sanção presidencial.
“Muitos brasileiros já conhecem Marcílio Dias de nomes de ruas, avenidas, navios … foi um prazer enorme ler a biografia e saber que realmente se trata de um herói, que morreu aos 27 anos defendendo a Pátria. No Senado, nós temos essa prerrogativa. A Constituição nos garante esse tipo de homenagem e Marcílio Dias mais do que se enquadra no perfil de herói”, destacou o Senador Plínio Valério.
“Nós, na Câmara, tivemos toda dedicação e apoio da Marinha para construirmos um projeto de lei que faz justiça com um dos homens mais importantes dentro da Marinha. Tenho certeza que essa homenagem é mais do que merecida a Marcílio Dias. São poucos os heróis nacionais, hoje em torno de uma dúzia. E Marcílio está no seletíssimo rol”, ressalta o Deputado Federal Sanderson.
Quem foi o Imperial Marinheiro Marcílio Dias?
Em 1838, nascia Marcílio Dias, filho caçula de Pulcena Dias e Manuel Fagundes, marítimo de origem portuguesa. Conta a história que a sua mãe, negra e lavadeira, em 1855, foi presa injustamente e, preocupada com o mau comportamento do filho, durante seu período no cárcere, decidiu pedir ao seu compadre que entregasse Marcílio Dias aos “menores”, como era conhecida a Escola de Grumetes no Rio de Janeiro (RJ).
Aos 17 anos, em julho de 1855, ingressou na Armada Imperial como Grumete (Recruta), sendo Praça no Corpo de Imperiais Marinheiros em 5 de agosto do mesmo ano. Foi destacado para a Fragata “Constituição” em 1856 e, logo em seguida, transferido para o Vapor “Recife”. No ano de 1858, foi destacado no Vapor “Paraense”, tendo sido promovido a Marinheiro de 3ª Classe em 1861 e a Marinheiro de 2ª Classe no ano seguinte.
Em 1863, matriculou-se na Escola Prática de Artilharia, que funcionava a bordo da Fragata “Constituição”. No dia 19 de dezembro daquele ano teve aprovação e classificação como Praça distinto com direito a usar o distintivo de Marinheiro-Artilheiro e, após isso, embarcou no Vapor “Parnaíba”.
No ano de 1864, foi promovido a Marinheiro de 1ª Classe e, no final do mesmo ano, desembarcou em Paysandú. Era tripulante da Corveta “Parnaíba”, quando do ataque da Esquadra Brasileira, sob o Comando do Almirante Tamandaré, à Praça de Paysandú. Em 1865, no dia 02 de janeiro, coube-lhe a glória de cravar o estandarte brasileiro na torre da Igreja dessa praça, já logicamente dominada.
Na data de 11 de junho de 1865, travou-se a Batalha Naval do Riachuelo, que imortalizou a bravura do jovem Marinheiro Marcílio Dias. A Corveta “Parnaíba”, da qual era tripulante, sofreu a abordagem de quatro Vapores paraguaios: “Paraguari”, “Tacuari”, “Salto” e o “Marquês de Olinda” (este último, navio brasileiro aprisionado pelos paraguaios anteriormente), dando lugar a um dos mais notáveis combates de toda a guerra. Durante esse episódio, o Imperial Marinheiro foi ferido mortalmente em uma luta corpo a corpo contra quatro inimigos, tendo falecido no dia seguinte às 14 horas. Foi sepultado nas águas do Rio Paraná, em 13 de junho.
As informações são da Agência Marinha de Notícias.
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