Transformação digital: como se dá a integração de dados de tecnologia (IT) e da área operacional (OT) das indústrias foi o tema central da reunião do Conselho Empresarial de Competitividade da Firjan, em 17/08. Empresários da Braskem, da Vale e da Stefanini falaram sobre a importância dessa convergência e apresentaram cases. “Uma organização industrial tem sistemas de operação tecnológica e corporativa que precisam cada vez mais estarem integrados”, ressaltou Felipe Meier, presidente do Conselho.
Um bom caminho, pontuou ele, é seguir o Guia de Integração OT – IT, editado por Victor Venâncio, head de Transformação Digital América Latina, da Stefanini, que já trabalhou em multinacionais e lidera um grupo de trabalho para essa convergência. “Já tem gente falando em indústria 5.0, mas nosso parque industrial, com boa vontade, está na 3.0. Por isso, a Firjan vem trabalhando para ajudar a transformação industrial. Como fazer com que pequenas e médias empresas façam a transformação digital? É preciso acessar recursos do ecossistema de inovação”, pontuou Meier.
Para Venâncio, o melhor caminho para se chegar à indústria 4.0 é seguir a agenda de transformação digital: “Pesquisa mostra que 75% das grandes empresas no Brasil não usam a indústria 4.0, que prevê a conectividade dos dados, gerando novos modelos de negócio e novas fontes de receita. É preciso criar uma zona de convergência com dados tanto da área industrial (OT) como da corporativa (IT), com atenção para governança e cibersegurança, aplicando algoritmos de inteligência artificial para extrair informações que gerem valor”, explicou.
Na Braskem, o consumo dos dados para a tomada de decisões começou a ser feito a partir de 2019, sem a preocupação se é corporativo, industrial ou se vem de fora. “Os dados estão integrados numa base comum onde podem ser acessados. É preciso criar cultura de cibersegurança. Hoje, a empresa tem poder de armazenamento e computacional para usar os algoritmos de forma rápida. Por negociar ações na Bolsa de Nova York, os dados foram submetidos aos SOX (exemplo de auditoria)”, contou Daniel Morales, gerente de Automação da Braskem.
Fábio de Castro, gerente de Manutenção da Braskem, apresentou o dia a dia dessa área para se chegar à inovação, um trabalho que teve início em 2012. Uma das conclusões indicou que 89% das falhas são aleatórias. Por isso, não fazia mais sentido a manutenção preventiva: “Tem que ouvir os sinais de falha usando o IT – OT e intervir o menos possível no ativo”. Ele mostrou várias tecnologias usadas no processo, como drones de inspeção.
Na Vale, a integração entre as áreas de tecnologia e automação foi bem complexa porque os grupos estavam espalhados nas várias unidades da companhia no Brasil e no exterior. Em 2019 começou a integração OT – IT, liderada por Gustavo Vieira, que hoje é diretor de Operações de Minério de Ferro na China. “Geralmente há muita resistência dos colaboradores. Um dos motivadores foi a segurança de processos, devido a muitos casos de invasão em outras empresas. Trabalhamos a integração de tecnologia e de pessoas. Fizemos uma ampla divulgação das mudanças. Hoje temos 67 unidades de produção integradas. O programa trouxe aumento de eficiência e de receitas”, ressaltou Vieira.
Fonte: Firjan
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