As novas matrizes tecnológicas podem ser o instrumento ideal para transformação da sociedade brasileira, conduzindo o país para um aprimoramento social, político e econômico. Essa foi uma das avaliações apontadas na abertura do 7º Fórum Atech, na manhã de terça-feira (23), com o tema “Rotas para o Futuro – Tecnologias Habilitadoras”.
O evento, realizado pela Atech, empresa do Grupo Embraer, teve início com o painel “Tecnologias Habilitadoras – Conhecimento e Inovação transformando o amanhã”.
Logo na abertura oficial do Fórum, a importância das novas tecnologias para o futuro da sociedade foi destacado pelo Diretor-Presidente da Atech, Edson Mallaco. “Elas devem servir de instrumentos transformadores e criadores de uma realidade que todos nós precisamos, com mais sustentabilidade e conectividade, além de qualidade de vida”.
Mallaco apontou ainda que essas novas matrizes como o 5G, Internet das Coisas, Inteligência Artificial e outras começam a se integrar à realidade não apenas de empresas e instituições, mas também ao cotidiano da população. “Elas estão mudando nossa vida, na economia e também nas nossas casas. Esse novo cenário tem mudado conceitos de forma de produção, de consumo e até nosso olhar sobre as coisas e sobre o mundo”.
Tecnologia inclusiva
O primeiro painel contou com a participação do Prof. Marcelo Zuffo, Ph.D. em Engenharia Elétrica e Doutor em Engenharia Elétrica com ênfase em Sistemas Eletrônicos; Marcelo Nunes, Diretor Geral do Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP); Major Aguilar, Comandante de Policiamento de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) e Daniel Moczydlower, CEO da Embraer X. Claudio Nascimento, Gerente de Negócios da Atech, foi o moderador.
O debate trouxe um elemento importante para os próximos painéis – e mesmo para os próximos eventos – que é a adoção das novas tecnologias atendendo e beneficiando diretamente a sociedade.
Em um país de dimensões continentais e muitos contrastes, a ação de importantes players, tanto do poder público quanto privado, é a base para transformar o Brasil. Nunes citou uma iniciativa do Parque Tecnológico que caminha nesse sentido, levando soluções tecnológicas desenvolvidas para o sistema educacional básico de São José dos Campos. “As empresas têm papel fundamental de estimular o interesse pela tecnologia. E estamos trabalhando com a ideia de levar equipamentos para essa garotada”, ressaltou.
O professor Zuffo defendeu que empresas com grande potencial tecnológico precisam “pensar grande” e cita a Embraer como exemplo. “Quando ela surgiu, já existiam gigantes do setor, mas isso não a inibiu de crescer e inovar. Nossas empresas necessitam de uma mudança de mindset, não temer os gigantes. Se fizerem isso, elas poderão ser as gigantes de seu setor num futuro próximo”.
Ele também aponta a necessidade de condução de políticas públicas por parte do Estado, incentivando o setor produtivo a buscar soluções tecnológicas para o mercado. Segundo o professor, medidas como essa resultam em melhorias para o país e também para as próprias empresas, que realizam grandes saltos de competitividade, e cita as políticas de incentivo promovidas pela China nas últimas décadas.
Daniel Moczydlower endossa a ideia e reforça que ela também é padrão nos Estados Unidos e União Europeia. “Eles usam o poder de compra do governo para resolver problemas da sociedade e impulsionar o avanço tecnológico. É uma combinação de força de todos os atores”.
O Major Aguilar defendeu a massificação tecnológica no sistema educacional e citou o tema da redação do Enem deste ano, a invisibilidade do registro civil, como exemplo.
Segurança cibernética
A busca por sistemas e procedimentos mais seguros também norteou os debates. Para Zuffo, este é um grande desafio para o país, que não se movimentou adequadamente nessa direção ao não se alinhar às normas internacionais redigidas nos últimos anos. Potencial para sair da posição incômoda, para ele não falta. “Por exemplo, o Brasil é o terceiro país em unicórnios em Tecnologia, logo depois dos EUA e China”.
Daniel cita o exemplo do sistema bancário brasileiro e pondera que a demanda é gigantesca e impacta até mesmo em questões de soberania. “Temos um campo fantástico de ação. O Brasil tem um dos sistemas tecnológicos bancários mais avançados do mundo. É uma das áreas em que o Brasil tem condições de se manter na vanguarda. Que sabe sendo até mesmo um exportador de soluções, um provedor confiável para outras nações do mundo”.
Major Aguilar cita a responsabilidade do Estado, incluindo as forças de segurança, na condução desse processo. “Nós lidamos com a contrainformação e o deep fake. Já tivemos casos de notícias falsas que provocaram a morte de pessoas. Nesse contexto, se insere a necessidade de proteger a população”.
Fórum Atech
A sétima edição do Fórum Atech aborda a grande capacidade de transformação de produtos, serviços e comportamentos por meio das tecnologias habilitadoras, como o Big Data, 5G, Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Nuvem, Segurança Cibernética, entre outras.
Ainda na terça-feira, às 15 horas, aconteceu o painel “Segurança e Defesa Cibernética – Ataques cibernéticos: Como ter uma estratégia de segurança eficiente nos dias de hoje?”.
No dia 24 de novembro (quarta-feira), serão discutidas as “Novas Habilidades das Indústrias e Organizações – Traçando o caminho para um mundo mais dinâmico, conectado, responsivo e orientado a dados” e “A Digitalização do Tráfego Aéreo – Moldando os céus do amanhã com um sistema aéreo tecnológico integrado, sustentável e eficiente”.
No último dia do evento, 25 de novembro (quinta-feira), o tema central será “Céu, Terra e Mar – Um olhar para o futuro da autonomia tecnológica do país”.
Todos os painéis contarão com a participação de especialistas da Atech, autoridades e profissionais experientes e renomados em cada segmento, debatendo sobre inovação, tecnologia, aplicabilidade e visão de mercado hoje e amanhã.
A edição 2021 do evento é 100% online, gratuita , aberta ao público. As inscrições podem ser feitas pelo link: https://setimoforumatech.com.br.