Com o objetivo de avaliar o desempenho da indústria do estado em um ano extremamente atípico, em que a pandemia da Covid-19 teve muitos impactos sobre a economia, e apresentar as perspectivas para 2021, a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) divulgou estimativas e análises setoriais elaboradas pela equipe da Gerência Executiva de Desenvolvimento Industrial.
Além de apresentar os principais indicadores da indústria baiana, o levantamento aponta as variáveis que se desenham no ambiente econômico, alertando para os gargalos que, do ponto de vista da indústria, precisam ser sanados para conduzir a economia nacional à rota de recuperação.
“O Brasil vai precisar – e esta é uma necessidade imperativa diante do impacto que a pandemia causou –, avançar nas reformas administrativa e tributária, há muito demandadas, sob pena de perdermos a oportunidade de restabelecer um ambiente favorável para a retomada do crescimento”, destaca o presidente da FIEB, Ricardo Alban. E alertou: “2021 será um ano desafiador, mas com a perspectiva, agora efetiva, do início da vacinação em massa. E se todos fizerem seu dever de casa, o impacto poderá ser minimizado.”
Com participação de 21,8% no Produto Interno Bruto (PIB) do estado e ocupando a 7ª posição no ranking nacional, com 4,3% de participação no Valor da Transformação Industrial (VTI), a indústria de transformação foi um dos segmentos afetados pela pandemia da Covid-19, com determinados setores registrando quedas acima de 30% na produção física.
Apesar das verificadas retrações, no comparativo com 2019, e considerando o contexto econômico global de 2020, o agregado da indústria baiana deve fechar o ano com um quadro de relativa estabilidade. A estimativa é de recuperação nos últimos meses do ano, caminhando para uma projeção de crescimento em 2021 da ordem de 5%, acompanhando as expectativas para a indústria nacional.
Em relação à geração de empregos, até o mês de outubro, o setor industrial baiano criou 5.747 novos postos formais de trabalho, sendo a maior parte (3.007) na indústria da construção. “Espera-se que a perspectiva de retomada em 2021 possa aquecer a geração de vagas no mercado de trabalho, que hoje coloca a Bahia como o estado com a maior taxa de desocupação do país, de 20,4%, de acordo com a PNADC/T do 3º trimestre de 2020”, como explica Vladson Menezes. Ele ressalta que a taxa de desemprego continuará alta, posto que um eventual avanço na vacinação tende a colocar mais gente de volta ao mercado de trabalho.