O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, reuniu-se com o diretor do departamento de planejamento, gestão e projetos do Ministério da Infraestrutura, Luciano Lourenço, e apresentou uma proposta para viabilizar os corredores logísticos estratégicos catarinenses.
O encontro, que foi realizado na sede do Ministério, em Brasília, nesta terça-feira (1/12), é desdobramento de um seminário on-line que a Federação realizou no dia 27 de outubro. Na oportunidade, o secretário Nacional de Transportes Terrestres, Marcello da Costa Vieira, apresentou uma síntese de diversos estudos feitos pelo órgão para a concessão das BRs 280, 282, 153 e 470 e informou que, a partir das análises, os planos de concessão foram revogados porque resultavam em tarifas muito elevadas.
Na reunião desta terça-feira, Aguiar e o gerente de logística da FIESC, Egídio Martorano, mostraram a pujança da economia do estado e a necessidade urgente de planejamento e investimentos na infraestrutura de transportes, sob pena de Santa Catarina perder investimentos. O estado é um hub logístico e movimenta 19,4% dos contêineres do país. “Vislumbramos uma saída para um grande desafio de Santa Catarina, que é a questão da nossa infraestrutura. Teremos várias iniciativas em conjunto com o Ministério e vamos convidar o secretário de Infraestrutura do estado para participar da discussão para que o setor produtivo e o governo catarinense defendam, de maneira convergente, soluções para os problemas de infraestrutura”, explicou Aguiar.
Concessão, ferrovia e portos foram os principais assuntos discutidos. “Mas a ênfase foi na questão das rodovias e ferrovias. Conversamos com os diretores que cuidam destes assuntos no âmbito do Ministério. Eles propuseram reuniões com as diretorias responsáveis por cada modal para que possamos integrar um projeto único de Santa Catarina, com visão intermodal”, relatou Aguiar.
Na apresentação, a FIESC defendeu um conjunto de propostas de curto, médio e longo prazos. Entre as de curto prazo, destacam-se: solução ao embargo do TCU e início imediato, na parte em litígio, das obras do Contorno Viário de Florianópolis; celeridade na análise e aprovação da proposta do Grupo Paritário de Trabalho das Rodovias Lote 7, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), de um pacote de obras no valor de R$ 2,63 bilhões para melhorar a fluidez do trânsito em trechos da BR-101 norte. Também constam a inserção nos investimentos do GPT os Contornos de Joinville e Penha até Porto Belo; implantação da modalidade de pedágio Free-Flow (sistema que cobra pedágio por quilômetro rodado), avaliar a extensão do prazo de concessão como medida para reduzir o impacto nas tarifas de pedágio relacionadas com investimentos (Contorno e GPT); realizar o EVTEA, por intermédio da concessionária, para inclusão, na concessão, das obras de melhoria e ampliação de capacidade do acesso ao porto de Itajaí e Itapoá e regulamentar a utilização do sistema de pesagem em movimento.
Entre as propostas de médio e longo prazos estão o planejamento da BR-101 norte após 2032, quando se encerra o contrato de concessão, avaliar a inclusão de eixo rodoviário paralelo e projetar o Complexo Ferroviário Intermodal Catarinense.
A entidade também solicitou ao diretor a concessão integrada das BR’s 163, 282 e 470, incorporando uma das rodovias estaduais: SC 110 ou SC 108. Também defendeu demandas como o término das obras de ampliação de capacidade da BR-280, solução para manutenção preventiva e rotineira das rodovias não-concessionadas, conclusão das obras de melhorias da BR-163 (suprimento agroindústria), conclusão das obras da BR-285 (corredor estratégico do Sul de SC), planejamento da logística de suprimento e distribuição do Oeste de Santa Catarina (suprimento de grãos), além da federalização do trecho sul da BR-163 (São Miguel do Oeste – Itapiranga).