O Terminal Portuário de Alcântara (TPA), no estado do Maranhão, foi escolhido em setembro como o “projeto do ano” na categoria engenharia e construção. A honraria foi concedida pela agência americana CG/LA Infrastructure, uma das principais consultorias de infraestrutura do mundo.
A CG / LA Infrastructure organizou em setembro o 13º Fórum Anual de Liderança em Infraestrutura Global, que ocorreu de forma virtual. Mais de 100 projetos de infraestrutura de todo o mundo concorreram ao prêmio, que coube ao projeto de Alcântara, delineado pela Grão Pará Multimodal.
O TPA possui algumas particularidades, que tornam o projeto especial e bastante atrativo. Ele se destaca por ser uma solução logística multimodal composta por um porto em águas profundas com uma ferrovia, a Estrada de Ferro do Maranhão. O projeto abrange três segmentos de mercado: agronegócio, minério de ferro e aeroespacial, resultando em um projeto único no Brasil.
“Nós estamos trabalhando nisso desde 2015, com uma equipe de consultores reforçada. É um grande projeto, que vai revolucionar a estrutura logística brasileira”, explica o diretor executivo da Grão Pará, Paulo Salvador. Segundo ele, receber o prêmio é uma grande honra. “Há uma repercussão mundial enorme do nosso projeto devido ao prêmio. Ele, de certa forma, dá uma chancela”.
A grande vantagem do TPA, em relação a outros terminais, é o calado profundo, de 25 metros. O Porto de Santos, o maior do país, atua sobre um estuário de águas bem mais rasas: cerca de 15 metros. “Nos portos brasileiros o padrão é receber navios com capacidade de até 100 mil toneladas. Em Alcântara, será possível abrigar embarcações com o dobro da capacidade”. Isso pode resultar inclusive em uma economia no frete marítimo, estimado em US$ 15 por tonelada.
As obras devem começar no primeiro semestre 2022. A previsão, segundo Salvador, é que as operações com grãos já comecem a ser movimentados no terminal em 2024.