Armas Anti-Covid-19: Acostumada a produzir equipamentos e tecnologia para guerras e pesquisas espaciais, a indústria de defesa e o Cluster Aeroespacial Brasileiro entraram com força no combate ao coronavírus.
Com liderança da Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança), que faz parte de um grupo de trabalho em apoio ao governo federal, a indústria de defesa dispôs suas cerca de 200 empresas para responder ao enfrentamento ao Covid-19.
“Muitas das empresas têm produtos e serviços que atendem tanto o segmento militar quanto o civil”, disse Roberto Gallo, presidente da Abimde.
Empresa de São José dos Campos, a VOA, plataforma online que conecta usuários com operadores de drones de pulverização de lavouras, tem incentivado o uso das aeronaves na pulverização de ruas e ambientes públicos.
A primeira parceria foi firmada com a Prefeitura de Ampère, no Paraná, onde a empresa mantém uma unidade.
Segundo Nei Brasil, fundador e CEO da VOA, a ideia é ampliar a campanha. Para tanto, a empresa tem entrado com a tecnologia e com o pessoal especializado em campo. “Podemos contribuir com o uso de drones para desinfetar os ambientes em lugares públicos”.
Pertencente ao grupo Akaer, de São José, a Opto Space & Defense tem câmeras termais para combater a doença.
Os equipamentos identificam potenciais contaminados à distância, em áreas remotas e grandes concentrações, como aeroportos e prédios públicos.
“O sistema identifica e monitora o indivíduo que deve ser separado e ter uma avaliação específica”, disse a empresa.
FORÇA-TAREFA.
Com 103 empresas do setor para combater a pandemia, o Cluster Aeroespacial Brasileiro desenvolve projetos contra a pandemia. Do total, 29% estão agindo de forma direta, produzindo itens como máscaras, protetores e peças de respiradores, até o monitoramento de estruturas críticas.
Há ainda àquelas atuando com usinagem e corte a laser de peças, manufatura, estudo e desenvolvimento de projetos, impressão 3D, modelagem e simulações, tratamento de dados e testes, entre outros.
Sediada em São José, a Alltec fabrica 150 protetores faciais por semana, doados ao Hospital São Francisco de Assis, de Jacareí, e a cidades do Vale.
Com unidade no Parque Tecnológico, a Altave tem balões de iluminação que atendem a hospitais de campanha, que necessitam ser instalados rapidamente. “O Cluster busca empresas para atuar nas soluções contra a pandemia”, disse o coordenador Marcelo Nunes.
Embraer lidera grupo de empresas para produção de peças para respiradores
A Embraer lidera iniciativa que envolve oito empresas do setor aeronáutico do Vale do Paraíba e de Campinas para a produção de componentes para montagem de ventiladores pulmonares.
As companhias vão apoiar a fabricação de 5.000 aparelhos até o fim de abril, com a produção de peças usinadas. A meta é dar escala e velocidade à produção.
As fábricas estão instaladas em São José dos Campos, Jambeiro, Guaratinguetá, Taubaté e Campinas. Todas são fornecedoras da Embraer de peças de usinagem complexa.
A capacidade produtiva vai subir de 100 peças por dia para 350 nas próximas semanas. São fabricados dois componentes.
Na foto, balão da empresa Altave
Xandu Alves | @xandualves10
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